Greve em quatro empresas de lanifícios da Covilhã com adesão "bastante significativa" - Sindicato

| Economia
Porto Canal / Agências

Covilhã, Castelo Branco, 22 jul 2022 (Lusa) -- A greve para reivindicar o aumento do subsídio de alimentação em quatro empresas dos lanifícios da Covilhã está a ter uma adesão "bastante significativa" logo no primeiro turno, informou o Sindicato Têxtil da Beira Baixa (STBB).

A greve foi convocada para exigir o aumento do subsídio de alimentação nas empresas Haco -- Etiquetas, que paga 2,35 euros, bem como nas três empresas do Grupo Paulo de Oliveira (Penteadora, Tessimax e Paulo de Oliveira), que, no conjunto, emprega mais de 1.000 trabalhadores e que paga 2,37 euros de subsídio de alimentação.

Valores que aquela estrutura sindical considera "inadmissíveis", exigindo, por isso, um aumento para os 4,5 euros.

Depois de verem a reivindicação ser recusada em sede da Negociação Coletiva, os trabalhadores aprovaram em plenário a realização de um dia de greve que decorre hoje e que, segundo o STBB, está com uma adesão "bastante significativa" e que obrigou alguns setores de produção das fábricas a parar.

Em nota de imprensa, o STBB disse que nas empresas do Grupo Paulo de Oliveira a adesão no primeiro turno é de cerca de 70% e "só não é maior porque há muitos trabalhadores contratados através de empresas de trabalho temporário".

Sublinhando que a situação é transversal às três empresas, mas que tem ainda maior dimensão na Tessimax, o STBB também referiu que "o que é facto é que os trabalhadores do quadro da empresa aderiram em grande número".

Segundo acrescentou, nessa empresa "a conversão está totalmente parada e as diversas secções muito afetadas".

Quanto à Penteadora, "no primeiro turno a adesão é de cerca de 61%, sendo que a parte produtiva está completamente afetada".

"A exemplo disso damos a 'urdissagem', que está parada, e da fiação, em que apenas estão a trabalhar os trabalhadores de outras nacionalidades".

"Na empresa Paulo de Oliveira a adesão é de cerca de 70%; a ultimação aderiu de forma bastante positiva e a tinturaria está praticamente parada", acrescentou.

Relativamente à empresa Haco-Etiquetas, o STBB garantiu que a adesão ronda os 53% e disse que a "produção está praticamente parada".

"A adesão dos primeiros turnos reforça as reivindicações colocadas, nomeadamente o aumento do valor do subsídio de alimentação", acrescentou o STBB.

Contactada pela agência Lusa, a presidente do STBB, Marisa Tavares, sublinhou a importância desta jornada de luta, para que as empresas percebam que devem proceder ao aumento do subsídio de alimentação.

"Esperamos que as empresas reconheçam que, efetivamente, só têm um caminho, que é o de valorizar os trabalhadores e responder positivamente a esta reivindicação de um aumento do subsídio de alimentação", afirmou.

Classificando o valor mínimo (2,35 euros) como "vergonhoso" e "inadmissível", Marisa Tavares apontou o caso de outros setores que pagam "bastante acima" daquilo que está instituído e voltou a deixar o apelo para que estas empresas sigam esse exemplo.

"As empresas devem reconhecer, urgentemente, que esta reivindicação é mais do que justo", disse, frisando que "os trabalhadores estão completamente mobilizados, unidos e organizados para continuarem a lutar".

CYC // SSS

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