Aeroporto: Autarca do Seixal satisfeito com escolha de Alcochete mas critica gastos com Montijo

| País
Porto Canal / Agências

Seixal, Setúbal, 29 jun 2022 (Lusa) -- O presidente da Câmara do Seixal disse hoje que a escolha do Campo de Tiro de Alcochete para acolher o novo aeroporto é a melhor opção para o país, mas criticou o investimento numa infraestrutura de transição no Montijo.

"Não compreendemos porque é que o dinheiro que será aplicado no Montijo, que são cerca de 600 milhões de euros, não é investido já no Campo de Tiro de Alcochete porque isso é que corresponderia ao que seria uma execução faseada do aeroporto de Alcochete", disse Joaquim Santos, em declarações à agência Lusa.

O Governo anunciou hoje que decidiu acelerar a construção do aeroporto do Montijo como complementar ao Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, para responder ao aumento da procura desta infraestrutura, até à concretização do aeroporto em Alcochete, que aponta para 2035.

Segundo Joaquim Santos, o país tem recursos escassos e o dinheiro público deve ser bem aplicado, defendendo que o investimento deveria já ser feito em Alcochete e não no Montijo.

"Será melhor aplicado numa infraestrutura com futuro do que numa com 10 ou 15 anos de duração e com impacto nas populações e no ambiente", frisou.

O autarca do Seixal adiantou que com a opção do Montijo haverá aviões em baixa altitude a sobrevoar Fernão Ferro (Seixal), Quinta do Conde (Sesimbra), Barreiro, Moita, Montijo, Alcochete e Azeitão, enquanto no Campo de Tiro a pista não traria esse impacto do ponto de vista do ruído.

Por outro lado, adiantou, no Campo de Tiro de Alcochete o aeroporto poderá funcionar 24 horas, enquanto no Montijo face à proximidade das populações não o poderá fazer.

"O bom senso aconselha a que o Governo que já deu um primeiro passo de reconhecer que Alcochete é a melhor solução para o país que dê o segundo passo, pegando nas verbas que ia gastar no Montijo e aplicar já na primeira fase de Alcochete", disse.

Segundo o autarca há um grande consenso sobre a solução Alcochete e não existe consenso quanto ao Montijo, sendo agora necessário que o Governo dê o próximo passo de investir já em Alcochete que será uma solução de futuro, com menos limitações e menos impactos.

Joaquim Santos (CDU) é o único dos autarcas da margem sul que deram parecer negativo à localização do novo aeroporto no Montijo que ainda está em funções, uma vez que o autarca da Moita, Rui Garcia (CDU), perdeu o município para o PS nas últimas eleições.

O Governo decidiu não adjudicar a avaliação ambiental estratégica do novo aeroporto de Lisboa ao consórcio COBA/Ineco e entregar ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) esse procedimento.

No despacho assinado pelo secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Santos Mendes, publicado hoje em Diário da República, o executivo atribui ao LNEC a elaboração do Plano de Ampliação da Capacidade Aeroportuária da Região de Lisboa e respetiva avaliação ambiental estratégica, o estudo da construção do aeroporto do Montijo, enquanto infraestrutura de transição, e do novo aeroporto 'stand alone' (único) no Campo de Tiro de Alcochete, nas suas várias áreas técnicas.

Em simultâneo, atribui ao LNEC a "produção de todos os estudos técnicos de base e de suporte a essa mesma avaliação ambiental estratégica e assegurando o indispensável envolvimento das principais partes interessadas e afetadas".

A estimativa do executivo é que, terminada a avaliação ambiental estratégica, as obras possam começar no Montijo, com uma duração prevista de três anos, estando este aeroporto operacional no final de 2026, com uma capacidade de cinco milhões de passageiros.

Ao mesmo tempo, o Governo quer que a ANA - Aeroportos de Portugal comece a trabalhar na solução no Campo de Tiro de Alcochete, "uma solução estrutural de longo prazo", que tem condições para chegar até às quatro pistas, com o objetivo de entrar em atividade em 2035.

Nessa altura, o aeroporto no centro da cidade de Lisboa será desativado.

GC (JNM) // VAM

Lusa/Fim

+ notícias: País

McDonald's abre centenas de vagas na região Norte

A cadeia de restaurantes de fast food McDonald's está atualmente em processo de recrutamento de dois mil novos funcionários em todo o país, sendo que várias centenas das vagas são na região Norte.

Concursos de apoio às artes abrem até final de abril

Os concursos de apoio sustentado às artes, na modalidade bienal (2025-2026), terão que abrir até ao final de abril, de acordo com a declaração anual da Direção-Geral das Artes, esta quinta-feira divulgada.

Imagens captam tornado na margem de Lisboa

Ao início da tarde desta quinta-feira foi registado um tornado no Estuário do Tejo, em Lisboa. Esta não é a primeira vez que o fenómeno assola a região sul do país.