Oceanos: Invasão da Ucrânia é condenável, mas "não é desculpa" para descuidar clima

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 28 jun 2022 (Lusa) -- John Kerry, enviado especial do Presidente norte-americano para o clima, condenou hoje as ações militares da Rússia na Ucrânia, mas sublinhou que a guerra não é desculpa para descuidar a defesa do ambiente, intervindo na Conferência dos Oceanos.

O enviado de Joe Biden fez em Lisboa "um apelo urgente" para a Rússia facilitar a distribuição de ajuda humanitária, permitir a retirada segura de mulheres e crianças e para que "retire imediatamente as suas forças da Ucrânia".

"Estamos reunindo sob os auspícios das Nações Unidas e tudo o que fazemos aqui decorre do Estado de direito. Tudo na invasão da Ucrânia pela Rússia de forma não provocada e injustificável é uma violação desse Estado de direito", condenou John Kerry.

"Mas não podemos usar essa desculpa", da guerra, para a comunidade internacional desviar a atenção da luta na defesa pelos oceanos e sua sustentabilidade e contra as alterações climáticas pois "o ambiente e o clima não param por causa de uma invasão" e porque "vidas estão em jogo", afirmou.

"O oceano toca todos os aspetos das nossas vidas, do que respiramos ao que comemos", declarou o enviado especial norte-americano, que na sua intervenção detalhou depois alguns impactos negativos da pesca ilegal e dos plásticos nos oceanos e de iniciativas que os Estados Unidos lideram na defesa dos oceanos e na luta contra as alterações climáticas.

Kerry considerou que "é impossível resolver a crise dos oceanos sem resolver a crise das emissões" de dióxido de carbono (CO2) e gases com efeito de estufa, e alertou que "as emissões nocivas estão a tornar os oceanos mais quentes, mais ácidos, menos produtivos, e a aumentar o nível do mar".

Por isso, defendeu a transição para o "transporte marítimo verde", referindo que se este tipo de transporte fosse uma nação, seria o oitavo maior emissor do mundo" de gases com efeitos de estufa.

Outra ação do homem a destruir os oceanos e a vida marinha é a pesca ilegal, sublinhou o enviado especial do Presidente dos EUA, afirmando que não há como atingir o objetivo da ONU de defesa dos oceanos sem "pôr termo à prática da pesca imprudente, ilegal, não declarada e não regulamentada", e "enquanto frotas inteiras de navios continuarem a operar impunemente".

"Há um país que por si só tem milhares de navios que pescam ilegalmente", afirmou Kerry, sem especificar, apontando que isto está a prejudicar o "oceano, a minar a segurança marítima e a pôr em perigo a lei que respeita as pescas e as comunidades", quando "mais de três mil milhões de pessoas dependem do peixe como fonte-chave de proteína animal".

Aumentar a produção das energias renováveis 'offshore' e avançar com o tratado internacional sobre os plásticos, foram outras medidas urgentes pedidas por John Kerry, que concluiu manifestando-se confiante que "é possível ganhar esta batalha" na defesa do oceanos e "nesta conferência em Lisboa todos ajudarão no esforço para o fazer".

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