Oceanos: É preciso investir numa gestão sustentável dos mares

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 27 jun 2022 (Lusa) -- O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou hoje ao investimento em economias sustentáveis para os oceanos, alegando que isso ajudará a produzir seis vezes mais alimentos e 40 vezes mais energias renováveis do que se consegue atualmente.

Guterres, que falava na sessão de abertura da Conferência dos Oceanos, em Lisboa, defendeu ser preciso "passar a ter uma gestão sustentável" para combater "a emergência dos oceanos" que o mundo enfrenta nos tempos atuais.

"Temos de mudar a maré", afirmou, lembrando que o aquecimento global está a "fazer subir a temperatura do mar para níveis recorde".

A adoção de modelos de negócio sustentáveis para o mar foi uma das quatro recomendações que o secretário-geral da ONU avançou no seu discurso, defendendo ser crucial viver "em harmonia com os ambientes marinhos para garantir uma indústria alimentar sustentável".

Em segundo lugar, recomendou António Guterres, "o mar tem de se tornar um modelo da forma como gerimos os problemas globais", o que "significa evitar e reduzir a poluição de todos os tipos".

Além disso, há que proteger "as pessoas cujas vidas dependem do mar do impacto das alterações climáticas", apostando em "novas infraestruturas costeiras que sejam resilientes ao clima", disse, acrescentando que o setor dos transportes marítimos deve comprometer-se a baixar as emissões de carbono para zero "até 2050".

"Temos de investir na restauração e conservação dos ecossistemas costeiros, como os mangues, os pântanos e os recifes de corais, que são fundamentais para a captura de carbono e para a manutenção dos meios de subsistência das pessoas", defendeu Guterres.

A quarta recomendação do líder das Nações Unidas constituiu um apelo a apostar mais na ciência e inovação para "impulsionar um novo capítulo de ação global para os oceanos".

"Convido todos a juntarem-se ao objetivo de mapear 80% do fundo do mar até 2030 e encorajo o setor privado a juntar-se a alianças que pratiquem uma gestão sustentável e a investigação dos oceanos", propôs António Guterres, pedindo ainda aos governos de todo o mundo que "aumentem a sua ambição de recuperar os oceanos".

Admitindo que tem, como todos os portugueses, uma "afinidade especial" com os oceanos, Guterres sublinhou que todos gostamos de viver num planeta azul e que os oceanos ligam o mundo.

"Deus quis que a terra fosse toda uma, que o mar unisse, já não separasse", afirmou parafraseando o poeta Fernando Pessoa.

"Espero que esta conferência represente um momento de unidade" e ação em prol dos oceanos, concluiu.

A Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos realiza-se em Lisboa a partir de hoje e até 01 de julho, com o apoio dos Governos de Portugal e do Quénia, contando com a presença de chefes de Estado e de Governo de todos os continentes.

A reunião começou hoje com a nomeação por aclamação dos chefes de Estado de Portugal e do Quénia como presidentes da conferência.

Nas suas primeiras declarações como presidente da conferência, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que a reunião acontece "no momento certo, no sítio certo e tem o ângulo certo", defendendo ser necessário "dar uma hipótese à esperança".

Uhuru Kenyatta, por seu turno, adiantou esperar que a conferência "passe das propostas à ação" e disse querer deixar Lisboa com opções financeiras e ambientais claras para combater os oito milhões de toneladas de plástico que são deitados ao mar todos os anos.

PMC // PAL

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