Metadados: Projeto do PCP encurta prazo de conservação para 90 dias

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 27 mai 2022 (Lusa) -- O PCP entregou hoje um projeto-lei que encurta para 90 dias o prazo de conservação dos metadados de tráfego e de localização das comunicações eletrónicas, permitindo a sua disponibilização às autoridades apenas durante este período.

De acordo com o diploma entregue na Assembleia da República, os comunistas propõem "uma limitação temporal significativa da conservação dos dados de tráfego e de localização dos utilizadores de comunicações eletrónicas, que é atualmente de um ano, para um prazo de 90 dias".

As entidades "devem conservar em Portugal os dados" durante 90 dias "a contar da data de conclusão da comunicação" e depois deste período têm de "ser destruídos pelos operadores", sugere o diploma apresentado pelo partido.

O projeto-lei do PCP não faz alterações ao artigo da lei referente ao acesso aos metadados, mas acrescenta como condição a transmissão dos dados a autoridades de outros países apenas "de acordo com as regras de cooperação judiciária internacional estabelecidas na lei".

No artigo referente à notificação aos titulares dos dados, o partido propõe que o juiz de instrução que autorizou a transmissão dos dados, no âmbito de uma investigação criminal, notifique "o titular dos dados" a partir "do momento em que considera que essa comunicação não seja suscetível de comprometer a investigação criminal ou de constituir risco para a vida ou integridade física de terceiros".

O Tribunal Constitucional, em acórdão de 19 de abril, declarou inconstitucionais normas da chamada lei dos metadados que determinam que os fornecedores de serviços telefónicos e de internet devem conservar os dados relativos às comunicações dos clientes -- entre os quais origem, destino, data e hora, tipo de equipamento e localização -- pelo período de um ano, para eventual utilização em investigação criminal.

Na sequência de um pedido de declaração de inconstitucionalidade com força obrigatória geral feito pela provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral, dos artigos 4.º, 6.º e 9.º desta lei, o tribunal considerou que as normas em causa violam princípios consagrados na Constituição como o direito à reserva da vida privada e familiar e a proibição de acesso a dados pessoais de terceiros, salvo em casos excecionais, assinalando que "o legislador não prescreveu a necessidade de o armazenamento dos dados ocorrer no território da União Europeia".

A chamada lei dos metadados, de 2008, transpôs para o ordenamento jurídico nacional uma diretiva europeia de 2006 que entretanto o Tribunal de Justiça da União Europeia declarou inválida, em 2014. Invocando o primado do direito europeu e a Constituição, a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) decidiu em 2017 "desaplicar aquela lei nas situações que lhe sejam submetidas para apreciação".

AFE // SF

Lusa/Fim

+ notícias: Política

"Não fazia qualquer sentido". Rui Moreira confirma ter recusado convite para número 2 da AD às Europeias

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, confirmou esta terça-feira que foi convidado no domingo à noite por Luís Montenegro para ser o número dois da lista da AD ao Parlamento Europeu, mas recusou.

PSD: Montenegro eleito novo presidente com 73% dos votos

O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou apenas 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.

Governo e PS reúnem-se em breve sobre medidas de crescimento económico

Lisboa, 06 mai (Lusa) - O porta-voz do PS afirmou hoje que haverá em breve uma reunião com o Governo sobre medidas para o crescimento, mas frisou desde já que os socialistas votarão contra o novo "imposto sobre os pensionistas".