OE2022: PSD acusa PS de falhar promessas eleitorais e de empobrecer os portugueses
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 27 mai 2022 (Lusa) - O líder parlamentar do PSD acusou hoje o Governo de ter falhado as promessas eleitorais feitas há três meses e de "enriquecer o Estado e empobrecer os portugueses" no seu primeiro Orçamento do Estado com maioria absoluta.
Na intervenção de encerramento no debate orçamental na Assembleia da República, Paulo Mota Pinto criticou o Governo do PS por, apesar de terem mudado as circunstâncias, ter insistido no documento que tinha apresentado ao parlamento em outubro, apenas "recauchutado" e "recondicionado".
"O Governo olhou para uma mão e viu a proposta de Orçamento que tinha sido rejeitada; olhou para a outra mão, e viu a maioria absoluta entretanto conquistada pelo Partido Socialista; e daí a concluir que não valia a pena esforçar-se para apresentar a esta Assembleia um Orçamento consentâneo com a atual realidade, pois podia fiar-se no peso da sua maioria absoluta, foi apenas um pequeno passo", criticou.
O líder parlamentar apontou que os socialistas, "apenas três meses após as eleições, estão já a incumprir de forma flagrante as promessas que fizeram durante a campanha eleitoral", referindo-se, em concreto, ao compromisso de aumentar os rendimentos dos portugueses.
"Hoje, já todos percebem o embuste (...) Como os portugueses já estão a notar, a sua perda de rendimento não é uma falácia inventada pela oposição. É real e efetiva, e tem vindo a ser agravada pela divergência da nossa criação de riqueza em relação à média europeia", criticou.
Para o líder parlamentar do PSD, o país mergulhou "num processo de empobrecimento relativo sem fim à vista".
Mota Pinto defendeu que o parlamento "não pode deixar passar em claro esta clara quebra de compromisso do Partido Socialista e do Dr. António Costa", considerando que a promessa de aumento dos rendimentos foi feita já com a consciência de que iria ficar por cumprir.
"O mais perverso de tudo é que, com o atual nível de inflação, o Estado está a aliviar as suas necessidades financeiras e a enriquecer. O Estado socialista enriquece, os trabalhadores empobrecem", acusou.
Como maior pecado do orçamento, Mota Pinto aponta a falta de "coragem ou visão reformista".
"O Orçamento para 2022 mostra uma vez mais que este Governo e este primeiro-ministro são os menos reformistas, os mais conservadores que tivemos desde o início do século, seja por acomodação, seja por taticismo, seja por receio de perda de popularidade", criticou.
Por estas razões, Mota Pinto considerou que este é "um Orçamento que não serve Portugal nem os portugueses".
"O PSD não pode deixar de votar contra a sua aprovação", reiterou, naquela que será uma repetição do voto do partido na generalidade.
O presidente do PSD, Rui Rio, optou hoje por não discursar, ao contrário do que tinha feiro na discussão na generalidade, na véspera das eleições diretas que irão escolher o próximo líder dos sociais-democratas, disputadas entre Luís Montenegro e Jorge Moreira da Silva.
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