Autarca de Chaves afirma "ter feito tudo" para que não encerrassem escolas
Porto Canal / Agências
Chaves, 24 jun (Lusa) -- O presidente da Câmara de Chaves, António Cabeleira (PSD), afirmou hoje à Lusa "ter feito tudo" para que não encerrassem escolas no concelho, mas compreende a decisão do Governo.
"Apresentei diferentes propostas ao Governo para que não fechassem escolas em Chaves que, inicialmente, pretendia encerrar mais, mas tenho de compreender a decisão, dadas as escolas em causa", disse o autarca.
Segundo uma lista divulgada na segunda-feira pelo Ministério da Educação e Ciência, no concelho de Chaves encerram as escolas de Águas Frias, Curalha, Vidago e Vilar de Nantes.
António Cabeleira lembrou que na escola de Águas Frias, a 13 quilómetros de Chaves, não havia nenhum aluno da aldeia, eram todos transportados, por isso, é-lhes indiferente irem para outra localidade.
"A autarquia tinha de assegurar a manutenção de dois contentores - cantina e casa de banho -, por isso, gera-se poupança", explicou.
O encerramento da escola de Curalha, não tendo alunos suficientes para continuar a funcionar, adiantou, "não é grave" porque a aldeia está próxima da cidade, a cerca de sete quilómetros.
O autarca realçou que a escola de Vidago, na prática, já havia encerrado porque, no segundo período do ano letivo passado, os alunos já tinham transitado para o Agrupamento de Escolas da vila.
Nesse edifício, revelou, funciona agora um jardim-de-infância.
Quanto à escola de Vilar de Nantes, António Cabeleira realçou que estava a funcionar "muito próxima" de outra, por isso, fundiram-se numa só.
Admitindo não ser aquilo que pretendia, porque a vontade é que não fechasse nenhuma escola, o social-democrata assegurou que a câmara vai garantir transporte escolar, tal como já o fazia.
O presidente do município considerou que encerrar escolas com menos de 21 alunos em Lisboa não tem o mesmo significado que em zonas de baixa densidade, como é o caso de Chaves.
"Uma das minhas propostas era que o fecho de escolas tivesse em conta a realidade da densidade populacional das regiões, tal como aconteceu com a agregação de freguesias", frisou.
Na sua opinião, o país "nada ganha" com a perda de serviços públicos porque provoca o abandono do território e a "fuga" de pessoas.
O Ministério da Educação e Ciência anunciou no sábado que vai fechar 311 escolas do 1.º ciclo do Ensino Básico e integrá-las em centros escolares ou outros estabelecimentos de ensino, no âmbito do processo de reorganização da rede escolar.
O distrito de Viseu é aquele onde se vão encerrar mais escolas do 1.º ciclo do ensino básico já no próximo ano letivo, concretamente 57, seguindo-se Aveiro e Porto, com 49 e 41, de acordo com a lista de encerramentos divulgada pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC).
"O novo ano letivo terá início em infraestruturas com recursos que oferecem melhores condições para o sucesso escolar. [Os alunos] estarão integrados em turmas compostas por colegas da mesma idade, terão acesso a recursos mais variados, como bibliotecas e recintos apropriados a atividades físicas e participação em ofertas de escola mais diversificadas", referiu a tutela em comunicado.
SYF (AMV) // ZO
Lusa/Fim