Suspensa licença para receber resíduos biodegradáveis no aterro de Valongo

| Norte
Porto Canal com Lusa

O Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel indeferiu a providência cautelar da Recivalongo, confirmando a suspensão do aterro em Valongo de depositar resíduos biodeagradáveis determinada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, foi hoje anunciado.

De acordo com o comunicado da comissão, a "26 de novembro de 2020, a CCDR-NORTE notificou a Recivalongo que, a partir da data da receção desse ofício, teria parcialmente suspensa a licença de que é titular para a receção e deposição de resíduos em aterro, deixando de estar autorizada para receber e depor no aterro de Sobrado resíduos biodegradáveis".

Esta notificação, continua a comissão, "teve por base o entendimento da CCCDR-NORTE de que a solução que vinha a ser adotada para o tratamento dos lixiviados produzidos não podia ser mantida, uma vez que não se revelava adequada ao normal funcionamento do aterro".

"Em sequência, a Recivalongo interpôs uma providência cautelar junto do Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel, diligência essa que teve como efeito a suspensão do ato desta Comissão, efeito que agora se suprime, indeferido pela sentença", sublinha a nota de imprensa.

Na sequência da "sentença, proferida no dia 17 deste mês, esta suspensão deixa de produzir efeitos e a Recivalongo passa a estar impedida de receber e depositar resíduos biodegradáveis em aterro até que se ligue ao coletor das Águas de Valongo ou encontre alternativa que garanta o tratamento dos lixiviados produzidos, a salvaguarda ambiental e o cumprimento dos valores limite legalmente previstos".

"Mantém-se, todavia, a permissão para receber os demais resíduos previstos na licença", assinala a comissão.

A Recivalongo já havia confirmado a suspensão provisória da receção de resíduos biodegradáveis no aterro em Valongo, mas atribuiu-a o Governo, que entende dever haver uma ligação à Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Campo e Sobrado.

Num esclarecimento publicado na página da empresa no Facebook, no passado sábado, a empresa escreveu: "Determinou a Exma Sr.ª Vice-Presidente da CCDR-N [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte] Dr.ª Célia Ramos, por ordem da Exma Sr.ª Secretária de Estado Eng.ª Inês Santos Costa, a suspensão provisória dos códigos LER [resíduos biodegradáveis] (..) por considerar que a Recivalongo se deve ligar à ETAR de Valongo, Campo e Sobrado".

A informação foi avançada há uma semana, à Lusa, por um responsável da associação ambientalista Jornada Principal, afirmando que o aterro em Sobrado "estava parado desde 09 de março por ter sido proibido de receber qualquer tipo de resíduo".

"Fomos informados, por várias empresas que transportam resíduos para o aterro, que foram impedidas de fazer o depósito de qualquer resíduo porque a Recivalongo foi notificada pela CCDR-N [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte] para o deixar de fazer, logo esteve encerrada", revelou à Lusa, no dia 14, o presidente da mesa da Assembleia-Geral da AJP, Gilberto Gonçalves.

Entretanto, a CCDR-NORTE afirma-se "disponível para um trabalho de cooperação com a Agência Portuguesa do Ambiente e as Águas de Valongo, no sentido de ser encontrada a melhor solução ambiental e técnica para o funcionamento pleno e sustentável deste aterro".

O aterro é gerido desde 2007 pela Recivalongo, sendo que a empresa começou a ser acusada em 2019 de "crime ambiental" pela população, pela Jornada Principal e pela Câmara Municipal, após ter sido detetado que detinha "mais de 420 licenças para tratar todo o tipo de resíduos".

O assunto avançou, entretanto, para os tribunais com ações avançadas por ambas as partes.

+ notícias: Norte

Câmara de Gondomar aprova contas de 2023 com saldo positivo

A Câmara de Gondomar aprovou esta sexta-feira, com os votos contra da oposição, o relatório e contas de 2023, que apresenta um saldo positivo de 610 mil euros, situação que o presidente atribuiu aos conflitos na Ucrânia e em Gaza.

Terminaram buscas por jovem desaparecido em Gaia

As buscas permanentes pelo jovem de 16 anos desaparecido há uma semana no mar em Vila Nova de Gaia terminaram esta sexta-feira, sem sucesso, ao pôr-do-sol, revelou à Lusa o comandante da Capitania do Douro, Rui Lampreia.

Idoso carbonizado encontrado em Santa Maria da Feira

Um idoso foi encontrado morto já carbonizado em São João de Ver, no concelho de Santa Maria da Feira, avança o Correio da Manhã, citando fonte da GNR.