OCDE afirma que países emergentes são mais resistentes à crise do que desenvolvidos

OCDE afirma que países emergentes são mais resistentes à crise do que desenvolvidos
| Economia
Porto Canal

Os países emergentes têm "muito mais resistência" à crise do que os desenvolvidos, apesar de penalizados pela situação no Atlântico Norte, pois "aprenderam com o passado" e "adotaram melhores políticas orçamentais", disse à Lusa o economista Mario Pezzini (OCDE).

Em entrevista à Lusa, o diretor do Centro para o Desenvolvimento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Mario Pezzini, afirmou que "não há dúvida de que a crise de 2008 afetou os países em desenvolvimento", mas disse também que estas economias "foram capazes de ser muito mais resistentes do que os países desenvolvidos porque aprenderam com o passado e, em alguns casos, adotaram melhores políticas orçamentais do que os países desenvolvidos".

Além disso, para o economista italiano, que está hoje em Lisboa para a apresentação do relatório da OCDE "Perspetivas sobre o Desenvolvimento Global 2013", que coordenou, também o facto de os emergentes terem diversificado as parcerias comerciais e terem apostado na procura interna justifica a maior resistência à crise destes países, em comparação com as economias desenvolvidas.

"Houve uma diversificação dos parceiros comerciais. Sim, houve uma crise no Atlântico Norte, mas muitos emergentes desenvolveram outras relações com outros países. Em 2009, a China passou a ser o primeiro parceiro comercial de África, ultrapassou os Estados Unidos", disse Pezzini

Também o Brasil, a Coreia do Sul, a Turquia e a Índia intensificaram as relações comerciais com o continente africano, acrescentou.

Um terceiro aspeto apontado pelo diretor do Centro para o Desenvolvimento da OCDE é o facto de "o desenvolvimento dos países emergentes não depender só do Atlântico Norte, como no passado", uma vez que "estão também a apostar na procura interna e não estão só a trabalhar para as exportações".

Mario Pezzini reconheceu, no entanto, que "estas vantagens foram progressivamente enfraquecidas porque o efeito da crise no Atlântico Norte finalmente chegou à China e a outros países emergentes", ainda que haja mudanças de estratégia que também contribuem para proteger as economias das crises da Europa e dos Estados Unidos.

"Há mudanças de estratégia nos países emergentes. A China decidiu mudar de estratégia e está a tomar mais atenção à procura interna e ao consumo. Ou seja, a imagem global [do desenvolvimento] é muito afetada pelo que se passa no [hemisfério] norte, mas é também afetada por outros fatores que têm a ver diretamente com os países emergentes", argumentou.

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