Iémen: ONU alarmada com escalada do conflito e ataques a civis, Israel acusa Irão

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Porto Canal com Lusa

Genebra, 18 jan 2022 (Lusa) -- O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) expressou hoje "preocupação" com a escalada do conflito no Iémen, após o bombardeamento da coligação árabe contra a capital Sanaa, que provocou pelo menos 12 mortes.

Numa conferência de imprensa em Genebra, a porta-voz do ACNUDH, Ravina Shamdasani, salientou que a organização pediu às partes envolvidas na guerra no Iémen para que garantam a proteção de civis.

O ataque da coligação árabe, em que pelo menos cinco das 12 vítima mortais são civis, é uma das ações mais sangrentas contra a capital iemenita nos últimos anos, acrescentou Shamdasani.

O bombardeamento da coligação liderada pela Arábia Saudita foi uma represália contra anteriores ataques com mísseis e 'drones' (aviões não tripulados) reivindicados pelos rebeldes Houthis contra o aeroporto internacional de Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos (EAU), que apoia Riade.

Shamdasani sublinhou que qualquer ataque, incluindo os aéreos, deve respeitar "plenamente" os princípios da distinção, proporcionalidade e precaução.

"Em particular, as partes em conflito devem tomar todas as medidas possíveis para confirmar que os objetivos são realmente militares e suspender um ataque se se tornar evidente que não o são ou que a ação seria despropositada", frisou.

Entretanto, em Jerusalém, o primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, acusou hoje diretamente o Irão de estar por trás do "ataque terrorista" em Abu Dhabi, em que morreram três pessoas -- dois indianos e um paquistanês.

"Condeno energicamente o ataque terrorista em Abu Dhabi, que foi perpetrado pelos Houthis sobre a direção do Irão", lê-se num comunicado do Governo de Israel.

Israel considera o Irão a principal ameaça à segurança do país.

"Israel apoia os Emirados Árabes Unidos. Eu apoio o xeque Mohamed Bin Zayed. O mundo deve enfrentar o terrorismo", declarou Bennett numa mensagem de solidariedade ao Governo de Abu Dhabi, com quem Israel estabeleceu relações diplomáticas em 2020 sob os 'Acordos de Abraão'.

Segunda-feira, a maioria da comunidade internacional acusou as milícias rebeldes Houthis do Iémen, apoiadas pelo Irão, pelos ataques ao aeroporto de Abu Dhabi e a uma zona industrial da capital, mas Bennett foi o primeiro líder a responsabilizar diretamente o Irão.

Os ataques em Abu Dhabi foram atribuídos aos rebeldes Houthis em primeiro lugar pela Arábia Saudita, que lidera uma coligação de países sunitas, incluindo os Emirados, em apoio ao governo no Iémen.

Vários países da região, como Bahrein, Kuwait, Egito ou Iraque, bem como diferentes organizações regionais, como o Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) e a Liga Árabe, também condenaram a agressão.

O grupo também lançou mísseis em aeroportos sauditas, instalações petrolíferas e oleodutos, e usou barcos armadilhados em ataques em rotas marítimas estratégicas.

Embora tenha havido mortes de civis na Arábia Saudita devido a alguns destes ataques, o número esmagador de vítimas mortais tem ocorrido no Iémen.

A guerra iemenita matou 130.000 pessoas, tanto civis como combatentes, e exacerbou a fome e a miséria em todo o país.

O conflito é considerado pela ONU como a maior tragédia humanitária do planeta, atualmente, com 80% da população do país a necessitar de algum tipo de assistência para colmatar as suas necessidades básicas.

Localizado no Médio Oriente, junto ao Mar Arábico, Golfo de Aden e Mar Vermelho, e com fronteiras com Omã e a Arábia Saudita, o Iémen tem uma população de cerca de 33 milhões de pessoas.

 

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