Atletas de alta competição acusam FPA de levar modalidade por "caminho sem retorno"

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Porto Canal com Lusa

Redação, 02 dez 2021 (Lusa) - Um grupo de atletas de alta competição considerou hoje, através de comunicado público, que o atletismo "vem sendo fustigado por mau dirigismo" e que se "está a seguir para um caminho sem retorno", não poupando críticas à federação.

Entre os subscritores estão, entre outros, Jessica Augusto, Carla Salomé Rocha e Sara Moreira, segunda, terceira e quarta melhores maratonistas lusas de sempre, Dulce Félix, sete vezes campeã nacional de corta-mato, e os internacionais Sara Catarina Ribeiro, Susana Godinho, Doroteia Peixoto, Marisa Barros, Solange Jesus, Ana Cabecinha, Vera Barbosa, Cátia Azevedo, Tsanko Arnaudov, Ricardo Ribas, Rui Pinto, Rui Pedro Silva e Hermano Ferreira.

O grupo critica severamente a organização do Nacional de corta-mato, disputado no passado domingo, e a seleção para o Europeus de crosse de Dublin, em que Portugal não apresente seleções femininas seniores e sub-23, apenas com duas atletas escaladas individualmente.

"Chegou o momento de dizer basta e mostrar de uma forma clara e transparente, todo o nosso desagrado (...). O atletismo atual não é aquele que queremos para nós atletas, nem o mais indicado para o futuro", defendem os atletas.

Os subscritores da carta, partilhada nas suas páginas oficiais nas redes sociais, pedem "reflexão sobre o assunto".

"Se sentirem que já deram tudo à modalidade e que não têm condições para alterar este paradigma, então certamente chegarão à conclusão que só vos resta uma opção, a demissão", defendem, depois de enunciar alguns aspetos motivo de críticas e de considerar que a atual direção federativa "continua sem demonstrar as competências necessárias para dirigir uma entidade tão importante como a Federação Portuguesa de Atletismo (FPA)".

Os atletas falam da "falta de capacidade organizativa de um campeonato nacional, a qual, além de prejudicar a prestação dos atletas nela presentes, teve consequências na classificação individual e coletiva", aludindo aos problemas de acesso à meta, que levaram mesmo o Sporting a protestar formalmente os resultados.

"Vários dias se passaram e um silêncio ensurdecedor se mantêm sobre este caso, mais uma vez demonstrando que o Presidente da FPA apenas surge nos bons momentos, não dando a cara quando a Federação que representa prejudica atletas e clubes, passando uma má imagem para toda a comunidade desta modalidade e não só", referem.

Por outro lado, os subscritores criticam a formação das seleções para os Europeus de Dublin, escrevendo: "Custa-nos entender como é possível uma Federação publicar critérios de Seleção onde a nota dominante é a falta dos mesmos, indicando com isso a falta de organização e entendimento que reina dentro da própria instituição, assim como não é compreensível não se apostar no Campeonato da Europa com o preenchimento de todas as vagas disponíveis, pois entendemos que só dessa forma é que podemos proporcionar contactos internacionais aos nossos jovens, para que eles possam crescer como atletas e melhorar o seu nível competitivo".

Este ano, a FPA limitou-se a definir que ia escalar "até seis atletas em cada escalão e género" e um período de observação, de 01 a 28 de novembro, sem especificar, ao contrário de anos anteriores, quais os crosses de observação ou seleção, além da obrigatoriedade de ida aos Nacionais.

Viria a convocar 20 atletas, de um máximo possível de 36, prescindo de apresentar equipas para as corridas de seniores e sub-23 em femininos.

"Fica impossível não pensar que este jogo não esteja viciado, pois a cada quatro anos, com uma opinião geral de desagrado, esta direção mantêm-se. Assim entendemos que, os votos das associações distritais não representam o mais importante desta modalidade, que somos nós atletas", refere ainda o documento.

Os subscritores do comunicado recordam que a FPA "está ao serviço dos atletas, treinadores e clubes e não o contrário como tem demonstrado nos últimos tempos"

"Queremos gente séria, com ideias e vontade de trabalhar, para nos proporcionarem um futuro melhor. Queremos uma modalidade inovadora, com valores e que possa servir os nossos jovens, dando-lhes assim as condições necessárias para verem no atletismo um caminho para a concretização dos seus sonhos", finaliza o comunicado.

FB // JP

Lusa/fim

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