Covid-19: EMA diz ser prematuro prever adaptações das vacinas à nova variante
Porto Canal com Lusa
Amesterdão, 26 nov 2021 (Lusa) -- A Agência Europeia do Medicamento (EMA) considerou hoje "prematuro" fazer previsões sobre uma eventual adaptação das vacinas contra a covid-19 em relação à nova variante do coronavírus SARS-CoV-2 detetada recentemente na África do Sul.
"Estamos a acompanhar de perto a recém-emergida variante B.1.1.529, que tem numerosas mutações na proteína 'spike'", disse a EMA numa declaração à AFP, acrescentando: "É prematuro nesta fase planear a adaptação das vacinas (...) para combater esta variante emergente".
Contudo, o regulador europeu admitiu que "se se verificar que uma nova variante mutante escapa à imunidade e se espalha rapidamente (...), tornar-se-ia relevante" uma adaptação nas vacinas atualmente licenciadas no mercado comunitário.
A tomada de posição do organismo europeu sediado em Amesterdão, nos Países Baixos, surge num momento em que vários países suspenderam ou restringiram os voos a partir da África Austral. Também a Comissão Europeia propôs hoje aos estados-membros a suspensão dos voos de e para a África Austral e outros países afetados pelo surto da nova variante.
Designada como B.1.1.529 por agora, a nova variante foi detetada na África do Sul e regista mutações múltiplas, sendo potencialmente mais contagiosa, segundo cientistas sul-africanos. Entretanto, a Bélgica foi o primeiro país europeu a anunciar hoje a deteção de um caso de infeção pelo vírus SARS-CoV-2 com a nova estirpe.
A EMA aprovou até agora quatro vacinas para adultos na UE: Pfizer-BioNTech e Moderna, que utilizam tecnologia RNA de mensageiro, e AstraZeneca e Janssen, que recorrem à tecnologia adenovírus.
O laboratório BioNTech revelou esta sexta-feira que esperava ter dados sobre a proteção da sua vacina contra a nova variante "dentro de quinze dias, o mais tardar".
A covid-19 provocou pelo menos 5.180.276 mortes em todo o mundo, entre mais de 259,46 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
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