Covid-19: Especialista defende que vacinação terá evitado cerca de 2.000 mortes

| País
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 19 nov 2021 (Lusa) -- O resultado do processo nacional de vacinação contra a covid-19, que atingiu perto de 87% de cobertura da população, terá evitado a morte de quase duas mil pessoas desde maio até agora, defendeu hoje o epidemiologista Henrique Barros.

"Desde maio até agora, a adesão dos portugueses à vacina terá poupado à volta de 200 mil infeções, menos 135 mil dias em enfermaria, menos 55 mil dias em unidades de cuidados intensivos e pouparam-se cerca de duas mil vidas", afirmou o epidemiologista do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) na reunião de avaliação sobre a situação da pandemia em Portugal, na sede do Infarmed, em Lisboa.

Numa intervenção intitulada "Entender como a pandemia evoluiu", o especialista traçou alguns cenários comparativos com o passado e o momento atual da situação epidemiológica da covid-19, tendo concluído ser "extraordinariamente evidente" que o aumento do número de infeções "parte de uma base mais baixa, como um reflexo da vacinação" e com um notório efeito na distribuição da doença pelos grupos etários.

"O grupo etário das pessoas com mais de 80 anos, que era um dos mais afetados, é agora completamente ultrapassado pelo grupo dos 5 aos 10 anos, em que ainda não utilizamos a vacinação", frisou, notando que "a situação portuguesa na hierarquização dos casos e das mortes encontra-se muito melhor do que há um ano, comparativamente com os outros e consigo próprio".

Apesar dessa evolução, o especialista aconselhou que, perante a situação epidemiológica neste momento, "poderia fazer sentido desaconselhar as reuniões com muitas pessoas, as chamada reuniões sociais com mais de 50 pessoas", tendo em conta o panorama de infeções que se tem registado nas últimas semanas.

Para Henrique Barros, a vacinação assume-se como a "medida fundamental de proteção", por isso apelou à vacinação das crianças assim que as autoridades permitam a administração abaixo dos 12 anos, bem como a toma da dose de reforço para a população já elegível. Porém, salientou também a necessidade de manter as medidas não farmacológicas individuais, a vigilância epidemiológica e um adequado planeamento da resposta clínica.

Na análise aos dados destes quase dois anos de covid-19, o epidemiologista do ISPUP referiu ainda que já é possível constatar o "desenho de um quadro inequívoco de apresentação sazonal e que indicia muito bem a transformação endémica" do contacto com o vírus SARS-CoV-2 em solo nacional.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.300 pessoas e foram contabilizados 1.117.451 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

JYGO/PC/HN // HB

Lusa/Fim

+ notícias: País

Supremo confirma decisão que permite à CP avançar com concurso de 117 comboios

O Supremo Tribunal Administrativo (STA) rejeitou o pedido para travar o concurso da CP, confirmando a decisão que permite o avanço da aquisição de 117 comboios pela Alstom, apesar da ação judicial em curso.

FC Porto vai ter jogo difícil frente a Belenenses moralizado afirma Paulo Fonseca

O treinador do FC Porto, Paulo Fonseca, disse hoje que espera um jogo difícil em casa do Belenenses, para a 9.ª jornada da Liga de futebol, dado que clube "vem de uma série de resultados positivos".

Proteção Civil desconhece outras vítimas fora da lista das 64 de acordo com os critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) disse hoje desconhecer a existência de qualquer vítima, além das 64 confirmadas pelas autoridades, que encaixe nos critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro.