Nova ponte sobre o Douro "é um processo com maturidade elevada"

Nova ponte sobre o Douro "é um processo com maturidade elevada"
| Norte
Porto Canal com Lusa

O presidente da Metro do Porto garantiu esta quinta-feira que a construção da nova ponte sobre o Douro "é um processo com maturidade elevada" e defendeu o tipo de procedimento adotado pela empresa.


"Este é um processo com maturidade elevada, não teríamos sido selecionados com dois projetos no âmbito do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]" se assim não o fosse, afirmou hoje Tiago Braga, sobre a construção da nova ponte que irá permitir a extensão da linha amarela do metro, ligando Santo Ovídio, em Gaia, à Casa da Música, no Porto.

O presidente da Metro do Porto falava na noite de quinta-feira, durante a conferência "Margens que se ligam", promovida pelo Jornal de Notícias e pela TSF, na Biblioteca Municipal Almeida Garret, no Porto, e tentou dar resposta a algumas das críticas feitas ao processo, começando pela "pressa".

Segundo adiantou o responsável, a opção resultou de "um conjunto de estudos" e esta ressaltou como "a linha com maior potencial de procura".

"Foi o que cativou os decisores, que identificaram a racionalidade económico-financeira", quando "surgiu o PRR, dando a possibilidade, criando esta oportunidade, assumida pela Metro do Porto, à semelhança da linha [de metrobus] Boavista-Império", detalhou.

Sobre o "tipo de procedimento", esclareceu que "a conceção-construção não seria uma decisão interessante; não fazia sentido nenhum lançar projeto de execução para totalidade da linha, incluindo a ponte".

Foi então decidido, "dada a singularidade da infraestrutura, apresentar um procedimento autónomo, e avançar para um tipo de procedimento, inovador, de conceção".

Quanto às críticas de que "o procedimento amarrava demasiado os concorrentes, impedia a diversidade", Tiago Braga respondeu mostrando as 15 propostas avaliadas pelo júri, que diz ser "de uma criatividade notável".

O responsável garantiu ainda que foram auscultadas as partes interessadas no processo e que "o tipo de procedimento escolhido também teve a ver com a necessidade de entrar o mais rapidamente possível na avaliação de impacte ambiental", na qual "a consulta pública é nuclear".

Após esta fase, a solução "será desenvolvida, customizada, trabalhada, mais do que debatida".

"Perguntaram-me se eu estou disponível para criar um grupo de debate. Não, estou disponível para criar um grupo de trabalho. Esse trabalho de customização é de passagem de estudo prévio para projeto de execução", rematou.

O concurso para o projeto de conceção da ponte sobre o Douro está neste momento suspenso, por decisão judicial, devido a uma contestação de um dos concorrentes.

No âmbito deste concurso, já tinham sido anunciados, em 18 de outubro, os três projetos finalistas.

Ao todo, sete concorrentes impugnaram o processo junto da Metro do Porto, sendo que uma das impugnações foi rejeitada por ser "extemporânea".

De acordo com um documento a que a Lusa teve acesso, em 05 de novembro, a Metro do Porto tinha rejeitado as impugnações apresentadas, invocando um "evidente equívoco na compreensão da natureza do procedimento de contratação pública em causa".

Em causa está um concurso de conceção, explicou a empresa, "que não obtém paralelo em qualquer outro procedimento pré-contratual" e que "foi especificamente desenhado para proteger o anonimato dos autores das criações conceptuais".

O júri do concurso atribuiu o primeiro lugar ao consórcio liderado por Edgar Cardoso: Laboratório de Estruturas que propõe uma solução tipo pórtico com escoras inclinadas, com betão como principal material e uma altura superior à da Ponte da Arrábida.

Já o segundo lugar foi atribuído ao projeto do consórcio liderado pela COBA, que apresenta uma solução de arco com tabuleiro a nível intermédio, com pilares de betão armado nas encostas e pilares metálicos sobre o arco.

O terceiro lugar foi atribuído ao consórcio liderado pela Betar - Consultores, cujo projeto assenta numa solução de pórtico de pilares inclinados e assimétricos nas margens, com o tabuleiro a ser constituído por aço e betão e os pilares e encontros em betão armado.

 

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