Autarca de Gaia critica quem ataca concurso à nova ponte mas concorreu

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Porto Canal com Lusa

O presidente da Câmara de Gaia fez esta quinta-feira uma "manifestação de interesses" de ter a segunda linha de metro e criticou quem atacou o caderno de encargos para nova ponte depois de ter concorrido.

"O meu interesse é ter a segunda linha de Gaia, seja quem for o arquiteto ou engenheiro, salvaguardando o que for salvaguardado, mas não evitando que uma ponte tem sempre algum impacto", afirmou esta noite Eduardo Vítor Rodrigues.

Para o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, é "insuportável ouvir opiniões ditas técnicas, sem a respetiva manifestação de interesses".

O socialista, que falava na noite de quinta-feira, durante a conferência "Margens que se ligam", promovida pelo Jornal de Notícias e pela TSF, na Biblioteca Municipal Almeida Garret, no Porto, criticou os "interesses" de quem atacou o caderno de encargos do concurso para o projeto da nova ponte "somente depois de terem sido conhecidos os resultados".

Deixou ainda uma crítica ao procedimento de contratação pública utilizado e às limitações legais para obras desta envergadura: "No atual código da contratação pública, pode-se escolher o cantor que preferimos para a festa de São João, ao abrigo do designado critério material, mas não se pode escolher o arquiteto ou engenheiro para uma obra de referência".

"Não escondo a minha opinião: numa obra deste género, a contratação pública deveria assumir o mesmo critério material, para a escolha de um engenheiro, arquiteto, ou equipa, o mesmo mecanismo que assume para um vulgar concerto de verão. Não sendo assim, não podendo escolher, que sejam claros os critérios para serem objetivas as decisões", prosseguiu.

Aquela infraestrutura que permitirá estender a linha amarela do metro, ligando a estação de Santo Ovídio, em Gaia, à Casa da Música, no Porto, "alivia a pressão de trânsito em ambas as cidades", destacou.

O autarca disse que aquela obra "é uma oportunidade única -- não salvífica, mas única".

"A Ponte da Arrábida não é uma ponte de cidades, é uma ligação regional e nacional. A inserção do metro só pode fazer-se com soluções novas, com estações dedicadas e intermodais, e nunca como tentar reinserir a rolha na garrafa de champanhe", defendeu.

Este investimento alinha-se ainda com a meta de descarbonização, realçou, apontando uma estimativa "em largas dezenas de milhares" de pessoas que ocupavam veículos ligeiros de um só ocupante e que podem optar por aquela via de transporte público.

O concurso para o projeto de conceção da ponte que permitirá a ligação de metro de Santo Ovídio, em Gaia, à Casa da Música, no Porto, está neste momento suspenso, devido a uma contestação de um dos concorrentes.

No âmbito deste concurso, já tinham sido anunciados, em 18 de outubro, os três projetos finalistas.

O júri do concurso atribuiu o primeiro lugar ao consórcio liderado por Edgar Cardoso: Laboratório de Estruturas que propõe uma solução tipo pórtico com escoras inclinadas, com betão como principal material e uma altura superior à da Ponte da Arrábida.

Já o segundo lugar foi atribuído ao projeto do consórcio liderado pela COBA, que apresenta uma solução de arco com tabuleiro a nível intermédio, com pilares de betão armado nas encostas e pilares metálicos sobre o arco.

O terceiro lugar foi atribuído ao consórcio liderado pela Betar - Consultores, cujo projeto assenta numa solução de pórtico de pilares inclinados e assimétricos nas margens, com o tabuleiro a ser constituído por aço e betão e os pilares e encontros em betão armado.

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