Junta de São Pedro da Cova recorre das absolvições no caso dos resíduos
Porto Canal
A Junta de São Pedro da Cova vai recorrer para a Relação do Porto da nova absolvição de seis acusados pela deposição resíduos perigosos naquela freguesia de Gondomar, em 2001 e 2002, anunciou hoje o presidente da autarquia
"Naturalmente que iremos recorrer", disse Pedro Miguel Vieira que falava aos jornalistas após um segundo acórdão do processo que, tal como o primeiro, concluiu pela absolvição do todos os arguidos: três membros do conselho de administração de uma sociedade à qual cabia dar destino aos resíduos e três responsáveis de sociedades que tinham a disponibilidade das escombreiras das antigas minas de carvão de São Pedro da Cova.
"As conclusões do tribunal são exatamente as do primeiro acórdão", afirmou hoje a presidente do coletivo de juízes na leitura do acórdão.
O autarca de São Pedro da Cova pretende também uma avaliação "para se verificar se de facto está tudo limpo, se não há lençóis freáticos contaminados e que Estado dê por terminado o processo da retirada dos resíduos perigosos".
Pedro Miguel Vieira defende igualmente que a freguesia seja "compensada através da requalificação de todo aquele espaço".
Milhares de toneladas de resíduos industriais perigosos, provenientes da Siderurgia da Maia, foram depositadas nas escombreiras, ao longo dos anos de 2001 e 2002.
O último cálculo feito sobre esses resíduos apontava para a existência de ainda 137 mil toneladas no local, isto depois de no passado já terem sido retiradas 105.600 toneladas.
Em relatório que produziram sobre as águas subterrâneas num raio de 1,5 quilómetros, peritos da Faculdade de Engenharia do Porto concluíram que as "concentrações medidas não têm um impacte inaceitável sobre a saúde das populações".
Já o Centro de Saúde, também solicitado a pronunciar-se, comunicou ao tribunal que não tinha dados que pudessem associar doenças de moradores da zona aos contaminantes.