UE/Previsões: Economia italiana com forte recuperação no 2.º semestre cresce 4,2% em 2021
Porto Canal com Lusa
Bruxelas, 12 mai 2021 (Lusa) -- A economia italiana vai ter uma "forte recuperação" no segundo semestre de 2021 devido ao avanço da campanha de vacinação contra a covid-19 e à flexibilização das medidas restritivas, devendo crescer 4,2% este ano e 4,4% em 2022.
A projeção é da Comissão Europeia que, nas previsões económicas da primavera hoje divulgadas, faz uma revisão em alta do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Itália em 2021 e 2022, prevendo então um crescimento de 4,2% e 4,4%, respetivamente.
Estas percentagens comparam com as das previsões económicas de inverno, publicadas em fevereiro passado, nas quais o executivo comunitário previu uma subida do PIB de 3,4% em 2021 e de 3,5% em 2022.
"As vacinas e a flexibilização das restrições estão a preparar o caminho para que a economia italiana recupere fortemente na segunda metade de 2021", justifica a Comissão Europeia no documento hoje divulgado.
Além disso, "o investimento apoiado pela União Europeia deverá ajudar a economia a atingir um caminho de expansão sustentada, o que deverá permitir que a produção regresse ao seu nível pré-pandémico até ao final de 2022", estima ainda o executivo comunitário.
Porém, ainda de acordo com Bruxelas, "devido ao apoio político alargado, o nível do défice e da dívida pública [de Itália] deverá aumentar ainda mais em 2021, antes de diminuir em 2022", dadas as medidas orçamentais adotadas para enfrentar a crise gerada pela pandemia.
Segundo as previsões macroeconómicas da primavera, o défice de Itália chegará aos 11,7% este ano e baixará para 5,8% em 2022.
Por seu lado, a dívida pública italiana será 159,8% do PIB este ano e de 156,6% no próximo.
No que toca à inflação, "os efeitos de base dos preços do petróleo deverão empurrar a inflação dos preços no consumidor acima de 1% este ano", fixando-se em 1,3% em 2021 e em 1,1% em 2022.
O desemprego será 10,2% este ano e de 9,9% em 2022, ainda de acordo com as previsões da Comissão Europeia.
No documento, Bruxelas ressalva ainda que a perspetiva para Itália "permanece sujeita aos riscos negativos e potenciais efeitos cicatrizantes relacionados com a pandemia no que toca ao emprego e solvência das empresas".
As previsões da primavera -- um dos dois exercícios anuais de projeções a dois anos feito por Bruxelas que engloba um conjunto alargado de indicadores macroeconómicos para a zona euro e para o conjunto da UE -- são divulgadas hoje depois de um primeiro trimestre em que a economia europeia continuou a ser fortemente condicionada pela pandemia, designadamente por longos confinamentos na generalidade dos Estados-membros e uma campanha de vacinação que arrancou aos 'soluços'.
Surgem ainda numa altura em que a União Europeia ultima a entrada em vigor do pacote de recuperação económica pós-crise da covid-19.
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