Moçambique/Ataques: Ajuda alimentar vai chegar a mais de 500 mil - ONU

| Mundo
Porto Canal com Lusa

Maputo, 03 fev 2021 (Lusa) - O Programa Alimentar Mundial (PAM) prevê expandir a ajuda a mais de 500 mil pessoas na crise humanitária de Cabo Delgado, região do norte de Moçambique sob ataque de rebeldes há três anos.

"A ajuda já chegou a mais de 400 mil pessoas" e o plano após fevereiro "é chegar a 500 mil", referiu hoje Antonella D'Aprile, representante do PAM em Moçambique.

"Sabemos que não é suficiente: há mais pessoas que fogem para chegar a zonas seguras por causa do conflito", acrescentou, na cerimónia de entrega de um donativo de 3,6 milhões de dólares (2,9 milhões de euros) do Japão a agências das Nações Unidas.

As autoridades moçambicanas e agências humanitárias estimam que haja 670 mil pessoas obrigadas a fugir das suas terras para junto de comunidades de acolhimento nas províncias de Cabo Delgado, Niassa e Nampula.

Assim, no global, e num contexto agravado por ciclones e covid-19, estima-se que 1,3 milhões de pessoas necessitem de diferentes tipos de ajuda.

Além do PAM, também o Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) beneficiam do donativo entregue hoje pelo Japão.

Cerca de metade dos deslocados são crianças e jovens, muitos dos quais "perderam os pais ou estão separados deles", destacou Maria-Luisa Fornara, representante do UNICEF, agência que tenta dar amparo aos mais novos e que recebe uma parcela de 686 mil dólares (568 mil euros) do donativo japonês.

O FNUAP vai conduzir um milhão de dólares (830 mil euros) para manter ativos serviços que garantam cuidados de saúde sexual e reprodutiva, bem como de combate à violência de género: "A crise humanitária agravada pelo impacto da covid-19 tem um impacto extremamente negativo na saúde e situação financeira das mulheres", referiu Andrea Wojnar, representante desta agência das Nações Unidas.

O PAM vai receber dois milhões de dólares (1,6 milhões de euros) numa altura em que fortaleceu a operação logística com recurso a uma aeronave para chegar a zonas mais remotas.

O Japão "estará sempre" ao lado de Moçambique, destacou o embaixador Hajime Kimura, que classifica o donativo às agências da ONU como uma forma de "aliviar" o país ao enfrentar "graves desafios, como a deterioração da situação de segurança em Cabo Delgado", além do impacto da covid-19, referiu.

A doação é apontada como "um exemplo" por Myrta Kaulard, coordenadora residente das Nações Unidas em Moçambique, que espera vir a ser seguido, face ao apelo lançado em dezembro para angariação de 254 milhões de dólares (210 milhões de euros) para apoio humanitário a Cabo Delgado.

Os ataques de grupos armados começaram em 2017 e o conflito com forças moçambicanas prossegue, sendo que a origem e motivações dos agressores continua por esclarecer - alguns ataques foram reivindicados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico, entre junho de 2019 e novembro de 2020.

A crise humanitária resultante inclui mais de dois mil mortos, numa região identificada há anos como parte de rotas do tráfico internacional de droga, pedras preciosas, madeira e outros recursos.

Cabo Delgado é também a região onde avança o maior investimento privado de África para extração de gás natural.

LFO // JH

Lusa/fim

+ notícias: Mundo

Acidente na Namíbia que matou duas portuguesas feriu outros 16 cidadãos nacionais

O acidente na Namíbia que na quarta-feira envolveu autocarros com turistas e provocou a morte a duas portuguesas provocou ferimentos em 16 outros cidadãos nacionais, seis dos quais inspiram algum cuidado, segundo o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.

OMS alerta para consumo de álcool e cigarros eletrónicos entre os jovens

Mais de metade dos adolescentes experimentaram álcool e um em cada cinco fumou recentemente cigarros eletrónicos, alertou esta quinta-feira o Escritório Regional Europeu da Organização Mundial de Saúde (OMS), num relatório sobre hábitos de saúde.

Ex-membro da máfia de Nova Iorque escreve livro dirigido a empresários

Lisboa, 06 mai (Lusa) -- Louis Ferrante, ex-membro do clã Gambino de Nova Iorque, disse à Lusa que o sistema bancário é violento e que escreveu um livro para "aconselhar" os empresários a "aprenderem com a máfia" a fazerem negócios mais eficazes.