Sócio de empresa que terá contratado voo da OMNI no Brasil nega saber de apreensão de cocaína

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Porto Canal com Lusa

São Paulo, 01 mar 2021 (Lusa) -- Um dos sócios da Lopes & Ferreira Assessoria, que terá contratado o serviço de um avião da OMNI apreendido com mais de 500 quilos de cocaína no Brasil, disse hoje à Lusa não ter qualquer informação sobre o caso.

"Sou sócio da empresa, mas é um escritório de advocacia. Não tem nada a ver com este negócio de locação de avião. Não tenho ciência [conhecimento] disto", disse Wagner Oliveira Ferreira à Lusa.

"A empresa está inativa faz algum tempo, vou entrar em contacto com o meu sócio para ver do que se trata. Não sei disto. Não estou trabalhando devido à pandemia. Estou em casa. No escritório eu praticamente estagiava, via os processos, era um escritório de advocacia", acrescentou.

Um avião modelo Falcon 900 da empresa OMNI, aprendido com mais de 500 quilos de cocaína após uma viagem da cidade brasileira de São Paulo para Salvador, capital regional do estado da Bahia, e que pretendia regressar a Portugal em 09 de fevereiro, foi contratado pela Lopes & Ferreira Assessoria, segundo documentos obtidos e exibidos por 'media' portugueses.

O jato particular tinha como destino o aeródromo de Tires (Cascais), mas o piloto detetou uma falha mecânica e pediu uma inspeção à aeronave. Os mecânicos descobriram pacotes suspeitos e alertaram a polícia, que apreendeu mais de 500 quilos de cocaína escondidos na fuselagem da aeronave.

A droga tinha sido dividida em embalagens com indicação de marcas desportivas famosas. Na lista de passageiros do jato estava João Loureiro, antigo presidente do Boavista Futebol Clube, que já foi ouvido pela Polícia Federal (PF) brasileira.

João Loureiro, em declarações à Lusa, negou qualquer envolvimento com o caso e disse que viajou para o Brasil a convite de um grupo empresarial.

A empresa portuguesa OMNI Aviação e Tecnologia, por seu lado, disse ter sido "surpreendida" com a apreensão de meia tonelada de cocaína num dos seus aviões, no Brasil, em comunicado.

Já Wagner Oliveira Ferreira confirmou que a Lopes & Ferreira Assessoria funcionava numa sala na Avenida Gaspar Vaz da Cunha, região periférica na zona norte de São Paulo, mas afirmou que o escritório atendia pequenos clientes com dívidas e estava temporariamente desativado devido à pandemia.

O outro sócio da Lopes & Ferreira Assessoria, Marcos Paulo Lopes Barbosa, advogado, também foi contactado pela Lusa, mas não se quis pronunciar.

Questionado sobre o ramo de atividade da Lopes & Ferreira Assessoria, Wagner Oliveira Ferreira contou que o negócio é dirigido pelo sócio e, visivelmente tenso, afirmou estar com medo de ser prejudicado.

"Não estou sabendo deste contrato, desta situação. Eu presto serviço de assessoria referente a reabilitação de crédito, estas coisas. Faço este trabalho. Essa evidência, este negócio de aviação, eu não tenho ciência disto. Eu não estou sabendo deste contrato, desta situação de avião que você está me passando", declarou.

Morador numa casa simples que divide com os sogros, a mulher e uma filha, junto de uma favela, Wagner Oliveira Ferreira contou que a empresa de que é sócio presta serviços para pessoas endividadas e com problemas para obter crédito.

O sócio da Lopes & Ferreira Assessoria também frisou inúmeras vezes desconhecer qualquer investigação da polícia envolvendo a empresa e mostrou-se surpreendido com a informação de que a companhia foi relacionada com uma investigação sobre apreensão de cocaína em investigação no Brasil e em Portugal.

"Eu não tenho ciência de nada disto. Olha onde eu moro. É um lugar simples. Esse é negócio de grande porte, se é negócio de cocaína [há] muito dinheiro nestas coisas. Se você for ver minha situação, veja onde eu me encontro. Não tenho ciência desta situação e vou entrar em contacto com o Marcos Paulo. Ele é quem administra. Não tenho ciência deste contrato, de avião, de nada disto", apontou.

Questionado se conhecida ou se já tinha ouvido o nome de João Loureiro, antigo presidente do clube de futebol Boavista, ou outra pessoa que estava na lista de passageiros da aeronave apreendida com cocaína, Wagner Oliveira Ferreira foi categórico ao afirmar que "não".

"Não faço a menor ideia de quem é, sinceridade", concluiu.

Além da PF brasileira, o caso também está a ser investigado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal português, disse à Lusa fonte da Procuradoria-Geral da República (PGR), não avançando mais pormenores alegando segredo de justiça.

CYR // LFS

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