Penafiel acusa Governo de ter “metido o IC35 na gaveta” durante cinco anos
Porto Canal com Lusa
O presidente da Câmara de Penafiel (PSD/CDS), Antonino Sousa, acusou hoje o Governo de ter "metido na gaveta", durante cinco anos, o processo do Itinerário Principal 35 (IC35), agora incluído no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
"Esta empreitada foi lançada em 2015 pelo governo liderado pelo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho. O governo seguinte meteu o processo na gaveta durante cinco anos e, no início de 2020, foi finalmente adjudicada a empreitada. Todavia, passou mais de um ano e a obra não se iniciou, porque o Ministério das Finanças não efetuou a cabimentação da empreitada", lê-se numa posição escrita enviada à Lusa pelo autarca de Penafiel.
O IC35 é uma variante prometida há décadas por sucessivos governos, que se prevê venha a ligar a cidade de Penafiel à localidade de Entre-os-Rios, no sul do concelho.
Aquela acessibilidade rodoviária, que constituiria uma alternativa à congestionada EN106, também tem sido reivindicada pelos concelhos vizinhos de Castelo de Paiva, Cinfães e Marco de Canaveses, que assim ficariam mais próximos da Autoestrada 4 (A4) em Penafiel, onde se situa, nomeadamente, o centro hospitalar que serve a região do Tâmega e Sousa, além de outros equipamentos e serviços do Estado.
Sobre a inclusão do IC35 no PRR, o autarca de Penafiel acrescenta: "Vemos agora, passado todo este tempo, a obra incluída no PRR, cuja execução nem sabemos quando irá iniciar-se".
Antonino Sousa diz "acreditar e dar o benefício de dúvida de que ao fim de mais de 20 anos, haverá finalmente investimento nesta obra de grande importância para a região".
O Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal, para aceder às verbas comunitárias pós-crise da covid-19, prevê 36 reformas e 77 investimentos nas áreas sociais, clima e digitalização, num total de 13,9 mil milhões de euros em subvenções.
Depois de um rascunho apresentado à Comissão Europeia em outubro passado e de um processo de conversações com Bruxelas, o Governo português colocou hoje a versão preliminar e resumida do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em consulta pública.
O documento está estruturado em "19 componentes, que integram por sua vez 36 reformas e 77 investimentos", a que serão alocados 13,9 mil milhões de euros em subvenções a fundo perdido das verbas europeias pós-crise e 2,7 mil milhões de euros em empréstimos.