Covid-19: OMS cautelosa sobre "produtos promissores" apresentados na RDCongo

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Porto Canal com Lusa

Kinshasa, 22 jan 2021 (Lusa) - Os dois "produtos congoleses" anunciados pelo Presidente da República Democrática do Congo (RDCongo), Félix Tshisekedi, como "promissores contra a covid-19" suscitaram uma resposta cautelosa por parte da Organização Mundial de Saúde (OMS).

"A vacina é uma obrigação. Mas também favorecemos o tratamento curativo. Penso que temos dois produtos que prometem, pelo menos pelos resultados iniciais que apresentam. São produtos congoleses. Vamos promovê-los", disse o chefe de Estado a 11 de janeiro.

Um destes produtos, o "Manacovid", é vendido nas farmácias Kinshasa sem receita médica por 110 dólares (pouco mais de 90 euros) o frasco, segundo uma reportagem da AFP em dezembro, uma soma astronómica num país onde dois terços da população vivem com menos de dois dólares por dia.

"O medicamento Manacovid é feito a partir de plantas medicinais locais", disse o homem que afirma ser o seu inventor, Etienne-Flaubert Batangu Mpesa, do centro de investigação farmacêutica Luozi (CRPL), na província de Congo-Central.

O Manacovid recebeu uma "autorização de comercialização" de cinco anos, de acordo com um documento oficial consultado pela AFP.

Numa carta de 07 de janeiro, o Ministro da Saúde congolês Eteni Longondo saudou os resultados dos "ensaios clínicos realizados" num hospital, adiantado que o ministério da Saúde "irá acompanhar o resto do processo".

A OMS acolheu estes anúncios com cautela.

A agência da ONU "ainda não foi formalmente abordada pelo inventor do produto nem pelas autoridades congolesas", disse quinta-feira à AFP o escritório para África da OMS, com sede em Brazzaville.

"Contudo, na sequência da declaração (...) do Presidente Tshisekedi no início deste mês, comprometemo-nos a recolher informações sobre este assunto", acrescentou a fonte.

"Alertámos também o Comité Regional de Peritos em Medicina Tradicional para a Covid-19, que foi criado pela OMS e pelo África CDC", acrescentou.

"Os ensaios clínicos são essenciais para fornecer provas científicas sobre a segurança, eficácia e qualidade de todos os medicamentos, quer a abordagem seja tradicional ou moderna", salienta a OMS.

Outro produto, chamado "Articovid", baseado na planta artemísia, foi apresentado à imprensa congolesa na semana passada pelo seu descobridor, Jérôme Munyangi, que se autodenomina "médico e investigador".

Munyangi quer remeter o caso para o Ministério da Saúde "para autorização de comercialização ou aprovação".

Em março de 2020, o Presidente de Madagáscar, Andry Rajoelina, promoveu um chá à base de ervas aromáticas local, o Covidorganics, supostamente para combater o Covid-19.

Em maio, a OMS advertiu contra qualquer tentação de usar a poção promovida por Andry Rajoelina sem testes científicos.

O chá de ervas CovidOrganics também foi enviado para vários países, principalmente em África, alguns dos quais não o consideraram fiável.

A RDC registou 21.597 casos de Covid-19, com 647 mortes desde março de 2020, de acordo com os últimos números oficiais.

CFF // PJA

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