Espólio dos Estaleiros Navais de Viana vai dar lugar a museu

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Porto Canal / Agências

Viana do Castelo, 21 jun (Lusa) - O espólio dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) vai ser reunido, ainda este ano, num espaço museológico a criar pela Câmara para preservar a memória da construção naval, disse hoje à Lusa o autarca local.

A constituição deste espaço, explicou o presidente da Câmara, resulta da proposta que o próprio José Maria Costa apresentou ao Ministério da Defesa Nacional, em outubro de 2012, quando ainda decorria o processo de reprivatização dos ENVC, entretanto cancelado.

"A empresa tem um património histórico valioso, relativo à construção naval em Portugal, que deve ser preservado. Esta proposta foi bem acolhida pelo senhor ministro da Defesa e pela Empordef e entretanto já foi feito o levantamento e identificação do espólio, desde desenhos e maquetas dos primeiros navios até cartas, fotografias e ferramentas", explicou José Maria Costa.

Segundo o autarca, para a primeira semana de julho foi agendada nova reunião no Ministério da Defesa Nacional, com vista a definir a distribuição do espólio histórico dos estaleiros pelo Museu da Marinha e pelo futuro espaço a criar em Viana do Castelo.

"Para que não se perca este valioso património, da história da construção naval e da arqueologia industrial, e que já se encontra totalmente inventariado", sublinhou o presidente da Câmara que, contudo, continua a rejeitar a opção do Governo, de encerrar a empresa.

O espólio que ficar em Viana do Castelo deverá ser distribuído pelo antigo navio-hospital Gil Eannes, construído precisamente nos ENVC - ancorado desde 1998 na doca da cidade e transformado em museu -, que vai receber o futuro Centro de Mar do concelho.

"Outra parte do espólio será integrada no museu municipal, numa área dedicada à construção naval no concelho, para que os vianenses possam conhecer e estudar a história daquela empresa", disse ainda José Maria Costa.

Devido a uma investigação de Bruxelas, o Governo português anunciou em abril a liquidação dos estaleiros por entender que, como a empresa não dispõe dos 181 milhões de euros que teria de devolver ao Estado - de ajudas públicas recebidas desde 2006 -, a solução passa pelo seu encerramento.

Contudo, em paralelo, prevê o lançamento de um concurso internacional para a subconcessão dos terrenos e infraestruturas atuais, na expectativa de manter a construção naval.

Fundados a 04 de junho 1944, no âmbito do programa estatal de modernização da frota de pesca do largo, os ENVC começaram a laborar na forma de uma sociedade por cotas de responsabilidade limitada, com o capital social de 750 contos.

Aquando da sua constituição, trabalhavam na empresa mais de 800 trabalhadores, número que ainda há menos de 20 anos se cifrava nos 1.800, enquanto que atualmente são apenas 620.

Em 69 anos a empresa já construiu mais de 220 navios, de todos os tipos, entre militares, de transporte de passageiros e de mercadorias.

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