Deputados acusam Ministério da Educação de ser "fábrica de despedimentos"

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 17 mai (Lusa) -- Os deputados do PS acusaram hoje o Ministério da Educação de destruir o ensino público durante o plenário em que o Governo foi acusado de ser uma "fábrica de despedimentos".

Os deputados da Assembleia da Republica começarem hoje o dia a discutir o "Estado da educação no ensino básico e secundário", num debate de urgência pedido pelo PS e que contou com a presença de dois secretários de Estado: João Grancho, responsável pelo ensino básico e secundário, e Casanova Almeida, do ensino e administração escolar.

"A cada dia que passa, o serviço público de educação está a ser destruído por um Governo que conta os dias da sua agonia, enquanto arrasta o pais para o abismo", acusou a deputada socialista Odete João, num discurso em que lembrou os despedimentos de professores, a insegurança dos docentes, as alterações da estrutura curricular e os mega-agrupamentos de escolas.

Perante as críticas, o deputado socialista Amadeu Albergaria lembrou as "restrições económicas e financeiras impostas pelo memorando da Troika" para justificar alguma políticas".

Para o bloquista Luís Fazenda, "todas as medidas de poupança foram no sentido de diminuir os professores": "Já se percebeu que todos os professores das atividades extracurriculares vão ser substituídos por outros professores graças ao alargamento dos horários".

"Isto é uma verdadeira catástrofe em termos de ensino", alertou Luís Fazenda, considerando que "este Governo é uma fábrica de despedimentos e esses despedimentos são a redução da qualidade do ensino".

Da bancada socialista, a deputada Gabriela Canavilhas chamou a atenção para o novo programa de Matemática do ensino básico, que está neste momento em discussão pública, recordando as críticas da Associação de professores de Matemática e a queixa apresentada ao Provedor de Justiça.

"O vosso maior adversário são os indicadores e as estatísticas, que já começam a demonstrar as consequências nefastas das vossas políticas", disse Gabriela Canavilhas, acusando o executivo de insistir em "marchar sozinho num Portugal a preto e branco".

Na mesma linha, também a deputada do PCP Rita Rato defendeu que a "escola pública está cada vez mais pobre", graças ao despedimento de 15 mil professores em apenas dois anos, à desvalorização dos currículos e ao aumento do preço dos manuais escolares.

Para os comunistas, a solução é simples: "A demissão do Governo e a convocação das eleições antecipadas", pediram os deputados da bancada do PCP.

Em resposta às críticas, o secretário de Estado Casanova Almeida afirmou que "este Governo não faz declarações de guerra. Este Governo faz educação".

Casanova lembrou também, através de números, que o executivo tem estado disponível para discutir as matérias: "O PS fala curiosamente da falta de diálogo a um Governo que promoveu 275 reuniões, 124 das quais com organizações sindicais".

O secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, João Grancho, defendeu, por seu turno, que a decisão de realizar exames no quarto ano "não se trata de um regresso ao passado, mas antes de uma metodologia que assegura um futuro com sucesso".

O debate terminou com a declaração do deputado socialista Rui Santos, que acusou o executivo de recriar "uma escola pobre para pobres" e de ser "incansável no caminho do regresso ao passado".

Entre as críticas às políticas de educação, o socialista disse que o "maior de todos os erros foi o inexplicável desmantelamento do programa Novas Oportunidades sem qualquer avaliação".

SIM // GC.

Lusa/fim

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