Panamá conclui exumação de vítimas da invasão norte-americana
Porto Canal com Lusa
Cidade do Panamá, 03 jul 2020 (Lusa) - As autoridades judiciais do Panamá terminaram hoje num cemitério na capital o processo de exumação de cadáveres de vítimas da invasão dos Estados Unidos, em 1989.
Neste processo, que começou em 20 de janeiro e esteve parado devido à pandemia da covid-19, foram exumados "33 sacos de cadáveres" com "os restos mortais de pessoas que foram vítimas da invasão dos Estados Unidos no Panamá", disse o Ministério Público, em comunicado.
Os sacos estão "devidamente embalados" na Morgue Judicial e, assim que os restos mortais "se encontrem no laboratório do Instituto de Medicina Legal e Ciências Forenses, serão trabalhados por peritos, para se fazer a devida análise".
O processo de exumação começou no âmbito de uma decisão judicial que reabriu 14 casos de pessoas desaparecidas durante a invasão norte-americana de dezembro de 1989, para capturar o ditador Manuel Antonio Noriega (1934-2017).
As ossadas, algumas das quais foram encontradas em caixões e sacos de plástico, serão submetidas a análises que incluem a comparação com o ADN dos familiares das vítimas da ação militar, para verificar a identidade, de acordo com informações oficiais.
Trinta anos depois, o número real do número de mortos durante a invasão, na qual os Estados Unidos mobilizaram 26 mil soldados e utilizaram armas de última geração para desmantelar as Forças de Defesa panamenhas e capturar Noriega, que se rendeu a 03 de janeiro de 1990, acusado de tráfico de droga, é ainda incerto no Panamá.
Documentos norte-americanos desclassificados ao longo dos anos, e publicados pela primeira vez em dezembro passado, citam 516 mortes durante a invasão, das quais 314 foram militares, na sua grande maioria panamenses, enquanto no país centro-americano se fala de milhares de mortes de civis e de violações dos direitos humanos.
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