Covid-19: Israel prepara-se para nova vaga de imigração judaica

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Porto Canal com Lusa

Jerusalém, 18 jun 2020 (Lusa) -- Israel tem estado a receber cada vez mais pedidos de imigração de judeus de vários países, no que se acredita ser mais uma das consequências da pandemia de covid-19.

Na terça-feira, responsáveis israelitas ligados à imigração judaica ('aliá', exigiram orçamentos maiores para lidar com a situação.

"Antes da crise já não tínhamos dinheiro suficiente e agora temos cada vez mais pedidos de abertura de dossiers", sublinha Neta Briskin-Peleg, diretora do Nativ, um organismo estatal encarregado de verificar a legitimidade dos pedidos de 'aliá' de países da ex-URSS, citada pela agência France-Presse.

Segundo Ronen Foxman, da associação Nefesh Benefesh, que se ocupa da emigração para Israel dos judeus da América do Norte e do Reino Unido, os pedidos de 'aliá' provenientes destes países aumentaram 400% nos últimos meses.

Shay Felber, da Agência Judaica, organização para-governamental encarregada da imigração judaica, disse que "há três vezes mais pedidos de 'aliá' de França desde a crise do corona(vírus)".

Segundo dados oficiais, cerca de 700 dossiers foram abertos em maio, contra 130 no mesmo mês de 2019, nas delegações da Agência Judaica em França, país que forneceu um contingente recorde (7.900 pessoas) em 2015, ano dos atentados do Bataclan, do Charlie Hebdo e do supermercado Hyper Casher.

"Os efeitos da crise do coronavírus são certamente mais fortes para os judeus em França do que aqueles que se seguiram aos atentados em 2015", pensa Ariel Kandel, diretor da Qualita, associação de ajuda à integração dos judeus de França e dos países francófonos.

Dan Bocobza é um dos judeus franceses a quem a pandemia de covid-19 convenceu a fazer a 'aliá' e que apresentou um pedido às autoridades israelitas.

Empresário em Estrasburgo, no leste de França, e pai de sete crianças, Bocobza explicou à AFP que a família sempre pensou em partir, mas que "a má gestão em França face ao covid-19 desempenhou um papel" na decisão agora tomada.

Em França, país com 65 milhões de habitantes, o vírus matou mais de 29.000 pessoas e a comunidade judaica foi particularmente afetada, segundo organizações locais.

Com nove milhões de habitantes, Israel parece ter conseguido conter a pandemia, contando 301 vítimas mortais, uma taxa de mortalidade 13 vezes menor.

Qualquer pessoa judia, assim como os filhos e netos de judeus, pode beneficiar da "lei do retorno" e obter automaticamente a nacionalidade israelita.

"Até ao final de 2021, esperamos a chegada de 90.000 pessoas, contra 35.463 em 2019", disse na quarta-feira no parlamento a nova ministra da Imigração, Pnina Tamano-Shatta.

A ministra da Diáspora, Omer Yankelevich, pediu um compromisso claro das autoridades: "devemos dizer aos judeus da Diáspora que estamos com eles nestes momentos críticos em que as comunidades judaicas estão em perigo por causa do coronavírus.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 445 mil mortos e infetou mais de 8,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço da AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

 

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