Covid-19: Portugueses mantiveram consumo de Cultura e reconhecem falta de apoio ao setor

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 18 jun 2020 (Lusa) -- A maioria dos portugueses considera que manteve os níveis de consumo de cultura durante a pandemia da covid-19, apesar da paralisação do setor, e recorreu sobretudo à Internet, segundo um estudo hoje divulgado.

Os dados fazem parte do barómetro anual sobre a perceção da cultura em Portugal, promovido pela plataforma Gerador, divulgado hoje no festival 'online' e fórum de discussão Oeiras Ignição Gerador. O estudo também aponta para o reconhecimento da insuficiência do apoio público à cultura, durante a pandemia, em termos sociais, fiscais e financeiros, pela parte de mais de metade da população.

O estudo, realizado pela consultora Qmetrics para a Gerador, foi feito com uma amostra de 1.201 pessoas, de um universo de 300 mil, a partir dos 15 anos, de Portugal continental e ilhas, desenhada de forma a respeitar as características da população. As entrevistas ocorreram entre 20 de abril e 7 de maio.

Segundo os dados compilados, 55,4% dos inquiridos consideram que, durante a pandemia e o confinamento em casa, tiveram os mesmos níveis de consumo de atividades e produtos culturais comparando com o período pré-covid-19.

Cerca de 17% admitiu que consumiu mais cultura e 24% disse que reduziu o consumo de cultura, seja ver um filme, ler um livro ou assistir a uma peça de teatro.

A maioria (57%) considera ainda que o Estado foi insuficiente no apoio à Cultura durante a pandemia e que deveria ter disponibilizado mais meios financeiros, fiscais e sociais.

Para 59,5% dos inquiridos, a cultura pode desempenhar um papel mais importante nesta fase de vivência, tendo em conta a presença de um novo coronavírus, e 10,7% considera que tem menos importância.

Durante o período de restrições à circulação, 60,9% dos portugueses fizeram compras pela Internet, e, no caso da Cultura, compraram sobretudo livros (23,4%) e filmes ou séries (8,4%).

No mesmo período, mais de 93% dos inquiridos viu filmes, 55% viu um concerto pela Internet ou na televisão e 21,6% viu teatro.

Enquanto duraram as restrições à circulação, 34,2% estiveram disponíveis para pagar para ver um filme ou série e 20% para ver um concerto pela Internet.

Perante um cenário de regresso à normalidade, em setembro ou janeiro, os portugueses inquiridos estão mais confiantes e seguros em 2021 e 82,8% considera que cabe a cada pessoa a responsabilidade de evitar a propagação do vírus.

Partindo do princípio que, em 2021, não haverá restrições de circulação, 49,6% dos portugueses inquiridos diz que se imagina a voltar aos festivais de música e, 48,5%, às salas de espetáculo.

Durante o período de confinamento, o acesso à informação foi feito sobretudo pela televisão, redes sociais e 'sites' de meios de comunicação.

"Jornais e revistas em papel são um meio, efetivamente, em desuso em qualquer segmento etário, enquanto as redes sociais são extraordinariamente fortes entre os 15 e os 34 anos", refere o estudo.

Questionados sobre apoios à Cultura, 85% dos inquiridos disseram que as empresas deviam investir e apoiar mais o setor.

O festival 'online' Oeiras Ignição Gerador, que decorrerá até sábado, conta com a participação de "mais de 40 nomes da cultura e criatividade", entre os quais Vhils, Salvador Sobral, Grada Kilomba, Capicua, Matilde Campilho e Rui Horta, aos quais se juntam o comissário do Plano Nacional das Artes, Paulo Pires do Vale, e a ministra da Cultura, Graça Fonseca.

 

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Lusa/fim

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Em 2004 foi também esta a escolha de 52% dos inquiridos e de 59% da amostra no inquérito de 2014, face a outras datas propostas, como a adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1985, a implantação da República (1910), a restauração da independência em 1640, a Batalha de Aljubarrota (1385) e a chegada de Vasco da Gama à Índia (1498).

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