Covid-19: Impacto no setor privado da Guiné-Bissau vai ser acentuado - BCEAO

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Porto Canal com Lusa

Bissau, 19 abr 2020 (Lusa) - A diretora-nacional do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) para a Guiné-Bissau, Helena Nosolini Embaló, disse hoje que o impacto da crise sanitária no setor privado no país vai ser acentuado porque se trata de empresas pequenas.

"No caso da Guiné-Bissau, o impacto desse choque é acentuado devido à própria natureza e à situação do setor empresarial, as empresas são na sua maioria de pequena dimensão, pouco capitalizadas, e outras enfrentando uma situação financeira frágil", afirmou Helena Nosolini Embaló, em entrevista à Lusa.

O BCEAO anunciou já uma série de medidas para permitir aos bancos continuarem a apoiar as empresas e para criar condições para uma retoma eficaz, incluindo a moratória no pagamento de créditos concedidos pelas instituições bancárias às empresas.

"As empresas afetadas pela pandemia da covid-19, desde que o solicitem ao sistema bancário, podem beneficiar do prolongamento do vencimento dos empréstimos, por um período de três meses renovável uma vez, sem custos adicionais (juros, taxas ou multa)", salientou Helena Nosolini Embaló.

A responsável sublinhou que a medida vai permitir "reduzir as tensões de tesouraria das empresas envolvidas e preservar a qualidade da carteira dos bancos".

"Importa referir que esta crise não tem precedentes e as respostas devem ser coordenadas com o envolvimento de todas as partes", afirmou, referindo-se ao Estado, parceiros internacionais, instituições regionais, banco central, sociedade civil e empresas.

Para Helena Nosolini Embaló, está em causa a vida humana e a proteção da saúde das pessoas e uma forte solidariedade é crucial para debelar os efeitos da crise.

"Além dos apoios ao setor da saúde, os demais setores, sobretudo os mais afetados, não devem ser descurados, sob pena de destruição do capital produtivo através da falência de empresas", disse.

A diretora nacional do BCEAO considerou também que as empresas devem "mostrar resiliência" e adaptarem-se da "melhor maneira possível" ao atual e difícil contexto.

"Esta crise preocupa o mundo e a prioridade deve ser o combate a esta pandemia. Para que a resposta seja adequada e eficaz ela deve ser global", insistiu.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou na quarta-feira a covid-19 como uma "crise sem precedentes" para o continente africano, prevendo uma diminuição do rendimento 'per capita' em 3,9%.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria ou Espanha, a aliviar algumas das medidas.

Por regiões, a Europa soma mais de 100 mil mortos (mais de 1,1 milhões de casos), Estados Unidos e Canadá mais de 39.165 mortos (mais de 750 mil casos), a Ásia 6.882 mortos (mais de 160 mil casos), o Médio Oriente 5.465 mortos (mais de 121 mil casos), a América Latina e Caribe 4.384 mortos (mais de 92 mil casos), África 1.052 mortos (mais de 20 mil casos) e a Oceânia com 86 mortos (mais de sete mil casos).

Entre os países africanos lusófonos, Cabo Verde lidera em número de infeções, com 56 casos e uma morte.

A Guiné-Bissau contabiliza 50 pessoas infetadas pelo novo coronavírus e Moçambique tem 34 casos declarados da doença.

Angola tem 24 infetados e já registou dois mortos. São Tomé e Príncipe, o último país africano de língua portuguesa a detetar a doença no seu território, tem quatro casos.

Na Guiné Equatorial, que integra a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), estão confirmados 51 casos positivos de infeção.

MSE // VM

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