Inquérito ao fogo de Monchique em 2018 com dois arguidos até à data - PGR

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Porto Canal com Lusa

Monchique, Faro, 18 fev 2020 (Lusa) -- A Procuradoria-Geral da República (PGR) revelou hoje que foram constituídos, até ao momento, dois arguidos no âmbito do inquérito ao incêndio em Monchique, no Algarve, em 2018, e que a investigação ainda decorre.

A EDP Distribuição anunciou na segunda-feira que foi constituída arguida no âmbito deste processo, bem como um seu colaborador.

Questionada pela Lusa sobre a existência de outros arguidos, a PGR respondeu: "Confirma-se que, no âmbito do inquérito, foram constituídos dois arguidos, prosseguindo as investigações".

O fogo, que deflagrou em 03 de agosto na Perna Negra, em Monchique, consumiu 27.000 hectares de floresta e alastrou aos concelhos de Silves e Portimão, também no distrito de Faro, e a Odemira, no distrito de Beja, tendo sido o maior incêndio registado em 2018 em Portugal e na Europa.

Numa nota enviada à Lusa na segunda-feira, a EDP Distribuição mostrou-se "convicta de que a origem do incêndio não esteve na rede elétrica, tendo em conta que o ponto de ignição, identificado pela Autoridade Nacional [de Emergência e] de Proteção Civil, não tem nenhuma linha elétrica nas suas proximidades".

Na mesma nota, a EDP sublinhou que o relatório elaborado pelo Observatório Técnico Independente - nomeado pela Assembleia da República para análise, acompanhamento e avaliação dos incêndios florestais - "reiterava que a origem do fogo em causa era 'desconhecida'" e mostrou a sua disponibilidade para "facultar informações" e "auxiliar as entidades competentes".

Por seu turno, o presidente da Câmara de Monchique, Rui André, disse à Lusa que existem linhas elétricas naquela zona, sendo os problemas relacionados com as linhas de alta, média e baixa tensão "muitas vezes foco de ignições", defendendo que as zonas onde existem linhas sejam "devidamente limpas, para que no futuro estas situações se evitem".

Segundo Rui André, a autarquia vai constituir-se como assistente caso avance o processo judicial pelo incêndio de Monchique, não só para o poder acompanhar, como para tentar, caso se conclua por uma condenação, que a câmara consiga "ser ressarcida" pelos prejuízos que teve.

Segundo o autarca, um ano e meio depois, ainda há prejuízos que não foram cobertos pelos programas que o Governo criou para dar apoio aos afetados pelo incêndio, que destruiu 74 casas, 30 das quais de primeira habitação, afetando sinalética de redes viárias e infraestruturas.

O fogo em Monchique foi o maior registado em 2018 em Portugal e na Europa, tendo sido dominado apenas ao oitavo dia, na manhã de 10 de agosto.

MAD (MHC/MLS) // MLS

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