Setor do metal com recorde de exportações de quase 20 mil ME em 2019

| Economia
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 18 fev 2020 (Lusa) - O lucro da Galp caiu 21% para os 560 milhões de euros em 2019 face ao ano anterior, segundo os resultados comunicados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Em comunicado ao mercado, a Galp Energia informou que o resultado líquido anual ajustado totalizou 560 milhões de euros, 21% abaixo do registado em 2018, sendo que de acordo com as normas contabilísticas internacionais (IFRS) a queda é de 46%, para 389 milhões.

No quarto trimestre de 2019, o lucro tinha crescido 44% em termos homólogos para 157 milhões (106 milhões de euros em IFRS).

Já o resultado ajustado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) aumentou 7% em termos homólogos para 2.381 milhões de euros.

"Numa base comparável, excluindo o efeito da norma IFRS 16, o EDIBTA RCA teria sido em linha com o do ano anterior, apesar dos menores preços de petróleo", refere a empresa.

O 'cash flow' das atividades operacionais foi de 1,8 mil milhões, uma subida homóloga de 19%.

No negócio da Exploração & Produção (E&P), o EBITDA subiu 22% para 1.751 milhões de euros, enquanto na unidade Gas & Power subiu 39% para 189 milhões de euros. A penalizar o EBITDA da companhia esteve a unidade de Refinação e Distribuição, que gerou uma queda de 32% para 415 milhões de euros.

O investimento líquido chegou aos 856 milhões, com a Exploração & Produção a representar 70% e o restante focado nas atividades de manutenção e melhoria da eficiência energética das refinarias, assim como na renovação da rede de distribuição.

A dívida líquida a 31 de dezembro de 2019 foi de 1.435 milhões de euros, um decréscimo de 302 milhões relativamente ao ano anterior, e o rácio de dívida líquida para EDIBTA RCA situou-se em 0,7%.

Os dados hoje divulgados indicam que a produção líquida (net entitlement) - após o pagamento de impostos em espécie aos países em que produz e que revertem integralmente para os resultados da Galp -- cresceu 13% em termos homólogos para 120 mil barris/dia.

A produção média no indicador "working interest" - a produção bruta de matéria-prima, sobretudo petróleo, que inclui todos os custos decorrentes das operações -- registou um crescimento de 14% face ao ano anterior, fixando-se nos 121,8 mil barris por dia.

Os resultados da Galp refletem a desvalorização dos preços do petróleo nos mercados internacionais, que caiu 38% para 3,1 dólares por barril em 2019.

As vendas totais de gás natural ou liquefeito mantiveram-se em linha com ano anterior e as vendas de eletricidade a clientes diretos caíram 17% relativamente ao ano anterior.

SO // SB

Lusa/Fim

Lisboa, 18 fev 2020 (Lusa) -- O setor do metal registou um novo recorde de exportações em 2019, no valor de 19.590 milhões de euros, anunciou hoje a Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP).

"O setor que mais contribui para o PIB [Produto Interno Bruto] português volta a dar provas da sua vitalidade com um novo recorde de 19.590 milhões de euros no valor das exportações", referiu a associação, em comunicado.

Relativamente ao destino das exportações no ano passado, os principais países foram Espanha, Alemanha e França, com um valor de 4.723 milhões, 3.265 milhões e 3.034 milhões de euros, respetivamente.

Já em relação ao crescimento, numa comparação em termos homólogos, as exportações para a Alemanha foram as que mais subiram, cerca de 11,2%, seguindo-se Espanha, com um crescimento de 8,8% no volume exportado, e França, com mais 4,9%.

"O principal desafio em 2019 foi continuar a manter a trajetória ascendente que ao longo dos últimos anos sistematicamente o setor do Metal Portugal [marca que agrega empresas metalúrgicas e metalomecânicas] tem vindo a conseguir concretizar e continuar a crescer as exportações nos mercados mais relevantes, que são Espanha, França, Alemanha e Reino Unido, onde, apesar do 'brexit', conseguimos manter basicamente os mesmos números do ano anterior", disse à Lusa o vice-presidente da AIMMAP, Rafael Campos Pereira.

No entanto, aquele responsável admitiu que o desafio de continuar a crescer fora da Europa foi apenas "parcialmente conseguido", uma vez que as exportações para os Estados Unidos, o principal mercado fora da União Europeia, mantiveram-se aproximadamente nos mesmos valores do ano anterior (500 milhões de euros), devido à guerra comercial que aquele país mantém com a China e também a certas restrições de alguns estados americanos relativamente a alguns produtos e equipamentos que podem ser considerados como potencial material militar.

"Porém, há um crescimento substancial no mercado do Canadá, para onde começámos em 2019 a exportar com algum significado", sublinhou Rafael Campos Pereira.

A diferenciação dos produtos e equipamentos das empresas portuguesas, a aposta no 'design' e na tecnologia, bem como a "excelente relação qualidade/preço" dos produtos portugueses são as razões destacadas pelo vice-presidente da AIMMAP para o crescimento das exportações do setor do metal.

Em relação à epidemia provocada pelo coronavírus detetado em Wuhan, na China, e nas consequências que pode ter nos negócios, Rafael Campos Pereira admitiu não estar muito preocupado, apesar de ressalvar que qualquer fator que prejudique as deslocações, pode também prejudicar de algum modo os negócios.

"Nós não compramos muito na China e a China também não tem sido um dos nossos principais mercados nos últimos tempos [...] o que estamos a verificar é que, eventualmente, até tem havido um aumento de encomendas, provavelmente em consequência das dificuldades que a China está a passar nalguns subsetores", esclareceu, adiantando que "há encomendas que estão a ser retiradas da China e estão a ser localizadas noutras paragens".

O ano de 2019 para o setor metalúrgico e metalomecânico português ficou também marcado por cinco recordes mensais, com o mês de maio a representar "o melhor de sempre" para o setor com cerca de 1.884 milhões de euros em exportações.

Os meses de março, setembro, outubro e novembro foram os outros quatro meses com novos máximos, tendo todos eles registado valores de mais de 1.700 milhões de euros.

MPE // EA

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