Portugal coloca 564 ME em dívida a seis anos a taxa de juro negativa

| Economia
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 12 fev 2020 (Lusa) - Portugal colocou hoje 564 milhões de euros em Obrigações do Tesouro (OT) a seis anos a juros negativos de -0,057% e 663 milhões de euros a 14 anos à taxa de juro de 0,555%, foi anunciado.

Segundo a página do IGCP, agência que gere a dívida pública, na agência Bloomberg, foram colocados 564 milhões de euros em OT com maturidade em 21 de julho de 2026 (cerca de seis anos) à taxa de juro de -0,057%. A procura cifrou-se em 1.369 milhões de euros, 2,43 vezes o montante colocado.

Com um prazo similar foi realizado um leilão em 13 de março de 2019 quando foram colocados 388 milhões de euros a sete anos à taxa de juro média de 0,763%.

Com maturidade em 18 de abril de 2034 (cerca de 14 anos), Portugal colocou também hoje 663 milhões de euros à taxa de juro de 0,555%, inferior à registada no anterior leilão comparável, em 09 de outubro, quando foram colocados 750 milhões de euros em OT a 15 anos à taxa de juro mínima de 0,490%.

Neste caso, a procura cifrou-se em 985 milhões de euros, 1,49 vezes o montante colocado.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) tinha anunciado para hoje a realização de um leilão de OT com maturidades em 21 de julho de 2026 (cerca de seis anos) e de outro de OT com maturidade em 18 de abril de 2034 (cerca de 14 anos) num montante indicativo global entre 1.000 e 1.250 milhões de euros.

Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa, considera que "Portugal emitiu dívida a seis anos e 14 anos com 'yields' em mínimos históricos e sublinha que a emissão a seis anos foi "a primeira de longo prazo em que Portugal emitiu com 'yield' negativa".

"Os receios de algum abrandamento económico, juntamente com o coronavírus, levaram os investidores a procurarem ativos de refúgio, pelo que as taxas das dívidas soberanas voltaram a comprimir", indicou, adiantando que "os discursos de Lagarde (presidente do Banco Central europeu, BCE) e Powell (presidente da reserva federal dos Estados Unidos, Fed) apontam para um 'esperar para ver' o que continua a suportar o mercado de dívida, não deixando grandes espectativas, pelo menos para já, de uma subida de taxas".

Filipe Silva recorda ainda que "a título comparativo, há um ano atrás, para a maturidade de 2034, estávamos a pagar uma 'yield' de 2,034% versus os atuais 0,55%".

MC // JNM

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