Nova ação na serra de Valongo limpou mina de terra suja e colocou mantas de retenção
Porto Canal com Lusa
Valongo, Porto, 03 fev 2020 (Lusa) -- A colocação de mantas de retenção de hidrocarbonetos e a deposição em sacos próprios das terras contaminadas no fundo do Fojo das Pombas, na serra de Santa Justa, marcaram as duas intervenções ocorridas no fim de semana em Valongo.
Vítor Amendoeira, chefe da secção de espeleologia do Grupo de Espeleologia e Montanhismo (GEM), disse hoje à Lusa que a ação de limpeza e contenção "destinou-se a preparar a intervenção final" que deverá ocorrer ao longo da semana para terminar com os efeitos do lançamento de detritos automóveis em duas minas em janeiro, como denunciou a câmara local.
"Foram colocadas mantas de retenção para absorver os óleos que hão de escorrer das paredes da mina", começou por dizer o responsável do GEM, acrescentando que o odor do óleo "atraiu mais anfíbios" ao poço de 70 metro de profundidade e em que foram encontrados pelos espeleólogos "já contaminados" após o que foram "resgatados sete ou oito".
Os anfíbios foram encaminhados para apoio veterinário em Vila Nova de Gaia, onde os primeiros descobertos a meio de janeiro foram também assistidos antes de "serem depositados numa outra mina da serra".
No segundo dia de intervenção, no domingo, as "terras contaminadas começaram a ser colocadas em sacos grandes, que serão depois retirados através de uma grua", trabalho que ficará a cargo da autarquia.
De resto, o município, através dos serviços da Proteção Civil tem também a seu encargo a "lavagem a jato das paredes", algo que ocorrerá também nos próximos dias, acrescentou Vítor Amendoeira.
O lago anexo à mina foi "também visitado e não há vestígios de contaminação", confirmou o espeleólogo.
A câmara denunciou a 15 de janeiro o depósito ilegal de detritos na serra de Santa Justa, tendo sido detetado no sábado seguinte no G1, a poucos metros do Fojo das Pombas, mais lixo ligado a automóveis, como pneus, tapetes e matrículas.
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