Óbito/Manuel Jorge Veloso: Hot Clube agradece tudo o que divulgador fez ao longo da carreira

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 13 nov 2019 (Lusa) -- O Hot Clube de Portugal agradeceu tudo o que o músico Manuel Jorge Veloso, que morreu hoje aos 82 anos, fez ao longo da carreira e que tinha "na sua essência o amor à música, concretamente ao jazz".

Num comunicado hoje divulgado, aquela instituição lembra que "tudo o que o Manuel fez no Hot e nas outras esferas de trabalho tinha na sua essência o amor à música, concretamente ao jazz, e a militância na sua divulgação e estudo", e que "ficará sempre aquém" do que deu ao Clube.

Manuel Jorge Veloso, um dos fundadores do Quarteto do Hot Clube de Portugal, na década de 1960, morreu hoje, aos 82 anos, em Lisboa, vítima de doença oncológica, disse à agência Lusa o investigador João Moreira dos Santos.

O Hot Clube de Portugal recorda o "baterista, divulgador, programador, crítico, autor e produtor de rádio e televisão", que "teve desde os anos 50 um envolvimento estreito" com a instituição, da qual chegou a ser presidente da Direção.

Além de ser um dos fundadores do Quarteto do Hot Clube, "fez parte do primeiro disco da etiqueta discográfica do Hot Clube, 'Just in Time', editado em 2012, um disco que pretendia ser uma homenagem à sua geração, mas cujos intervenientes fizeram questão de envolver jovens músicos".

"O agradecimento por tudo isto ficará sempre aquém daquilo que o seu trabalho e envolvimento trouxeram a este Clube, que não deixará de o homenagear em breve. Mas para que não fique por dizer: Obrigada Manel!", lê-se no comunicado hoje divulgado.

Manuel Jorge Veloso nasceu em 21 de maio de 1937, em Lisboa, onde obteve formação musical clássica em violino e composição.

No entanto, foi no jazz, como baterista, que acabou por se notabilizar.

Além de ter integrado o Quarteto do Hot Clube, individualmente, tocou com vários músicos de jazz portugueses e estrangeiros, entre os quais Jerome Richardson, Julius Watkins, Don Byas, Chet Baker, Herb Geller, Paul Gonsalves, Gerry Mulligan ou Milt Jackson.

Com o pianista Marcos Resende e o contrabaixista Jean Sarbib, fez parte do Quarteto de Dexter Gordon no I Cascais Jazz - Festival Internacional de Jazz, em 1971.

Paralelamente, foi produtor de programas de música clássica e de jazz na RTP, onde integrou também a Comissão Diretiva de Programas e foi Chefe do Departamento de Programas Musicais.

Desde os anos 1960 até à atualidade foi autor e apresentador de vários programas de rádio dedicados ao jazz, em estações como o Rádio Clube Português, a Rádio Renascença e a Antena 2, de "TV Jazz", que manteve ao longo das décadas de 1960 e 1970, na RTP, a "Um Toque de Jazz", que realizou em anos mais recentes na Antena 2.

No cinema, foi autor da banda sonora de vários filmes e documentários, entre os quais "Belarmino" e "Uma abelha na chuva", de Fernando Lopes, e "Pedro Só", de Alfredo Tropa.

Ao longo da carreira, escreveu artigos de divulgação de jazz e foi crítico daquele género musical em vários jornais e revistas, como a Capital e o Diário de Notícias.

Manuel Jorge Veloso foi ainda professor na Escola de Cinema do Conservatório Nacional (1971/1973), fez parte da direção da Juventude Musical Portuguesa (1966/1968) e foi secretário-geral da Academia de Amadores de Música (1985/1991).

Em 2014 criou, com o crítico e programador António Curvelo, o ciclo "Histórias de Jazz em Portugal", com o objetivo de divulgar "o momento único" que o jazz português está a viver, com várias gerações de músicos no ativo.

Em outubro, o Hot Clube de Portugal, em Lisboa, acolheu uma série de concertos para celebrar este ciclo e assinalar a edição das gravações dos espetáculos realizados nesse âmbito.

O ciclo "Histórias de Jazz em Portugal", uma coprodução do Hot Clube de Portugal (HCP) e do Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, realizou-se entre janeiro de 2014 e maio de 2015 e incluiu uma série de concertos ao vivo com formações do jazz em português.

O velório de Manuel Jorge Veloso está marcado para hoje na igreja de São Francisco de Assis, na zona de Xabregas, em Lisboa, e o funeral acontece na quinta-feira, no cemitério do Alto de São João.

JRS (SS) // MAG

Lusa/fim

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