Olivença quer atrair investimento e projetar região junto de países lusófonos

| Economia
Porto Canal com Lusa

Olivença, Espanha, 08 nov 2019 (Lusa) -- A atração de investimentos e projetar Olivença (Espanha) no "mundo lusófono" são alguns dos objetivos que o alcaide daquela cidade, Manuel González Andrade, quer atingir no futuro com os países membros da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA).

O autarca manifestou hoje essa intenção no decorrer de uma reunião em Olivença, que resultou de uma outra já realizada em Lisboa, na sequência da adesão daquela cidade espanhola à UCCLA, que ocorreu a 27 de maio deste ano.

À margem do encontro promovido pela UCCLA e que juntou elementos das embaixadas de Angola, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Cabo Verde e Moçambique, entre outras entidades, Manuel González Andrade disse à agência Lusa que o encontro foi de "grande importância" para o futuro de Olivença.

"Nós queremos fazer um intercâmbio empresarial para que se abram novos canais de comunicação de comércio exterior para os países lusófonos, para os empresários oliventinos e também para valorizar as singularidades de Olivença com a possibilidade de entrar na UCCLA", disse.

Recordando o passado português em Olivença e a aproximação entre os dois países, o autarca espera ainda que esta adesão consiga gerar "desenvolvimento e emprego" e criar "várias sinergias" entre os diversos parceiros.

Do ponto de vista comercial, Manuel González Andrade indicou que Olivença tem para "oferecer" aos países que fazem parte da UCCLA vários produtos, destacando os potenciais do setor energético, agrícola ou comercial.

Em declarações à Lusa, o secretário-geral da UCCLA, Vítor Ramalho, manifestou-se bastante satisfeito com a adesão de Olivença, sublinhando que esta parceria vai "aproximar" os países e os empresários em particular.

"Dada a natureza económica de Olivença e o que produz e a circunstância de inúmeras regiões de Portugal produzirem produtos da mesma natureza, sobretudo do domínio agropecuário, mas não só", o objetivo é "aproximar esses pequenos empresários, reforçar essa relação de parceria e com ela estreitar as relações, em conjunto, com as cidades e países de língua oficial portuguesa", disse.

Presente também no encontro, Maria de Sousa, encarregada de negócios na Embaixada de Timor-Leste, disse à Lusa que o turismo religioso naquele país é a área que merece nesta altura "mais atenção", esperando "cativar" os espanhóis e os habitantes de Olivença em particular a visitar o país.

O ministro plenipotenciário na Embaixada de Moçambique em Portugal, Ananias Sigraúpe, destacou à Lusa a importância da cooperação empresarial, querendo "mobilizar parcerias" em diversas áreas com o Ayuntamiento Olivença.

A segunda secretária da Embaixada de Angola em Portugal, Esperança Cunha, disse por sua vez à Lusa que o encontro serviu para "criar sinergias" para futuros negócios, podendo surgir parcerias nos setores agrícolas, industrial e turístico.

Sónia Martins, secretária da Embaixada de Cabo Verde em Portugal, destacou por sua vez à Lusa que a entrada de Olivença na UCCLA poderá trazer "cooperação em áreas estratégicas", como a cultura e promoção de negócios.

Por último, Edgar Torres, assessor jurídico na embaixada de São Tomé e Príncipe em Portugal, destacou que África vai ser o "continente do futuro", e que o seu país não se quer afastar da rota do desenvolvimento, querendo, assim, atrair turistas espanhóis para aquelas ilhas, bem como investimento nesse setor.

Em Olivença fala-se português desde a Idade Média, embora o seu uso se encontre hoje reduzido às camadas mais idosas, quando estão em "ambiente familiar".

A presença portuguesa em Olivença é evidente em vários locais, sendo um dos maiores exemplos a igreja de Santa Maria da Madalena, o único espaço religioso espanhol de estilo manuelino.

O templo, obra da arquitetura portuguesa do século XVI, rico na talha dourada, na azulejaria e nos elementos marítimos, é visitado diariamente por centenas de turistas.

Olivença está localizada na margem esquerda do rio Guadiana, a 23 quilómetros da cidade portuguesa de Elvas e a 24 quilómetros de Badajoz (Espanha).

HYT // PJA

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