O amor de Connan Mockasin pela música voltou e Paredes de Coura testemunhou-o

| Norte
Porto Canal com Lusa

Paredes de Coura, 17 ago 2019 (Lusa) -- O músico Connan Mockasin afirmou à Lusa que voltou a "desfrutar da música", elogiou Portugal e abordou trabalhos futuros, antes de subir ao palco para um dos melhores concertos da 27.ª edição do festival Paredes de Coura.

"Parei durante cinco anos. Tinha um sociopata à minha volta, na altura. Fartei-me de tudo, mas agora voltei a desfrutar da música. Foi bom fazer uma pausa durante algum tempo. Às vezes precisas de tirar um tempo para fazer outra coisa", afirmou, sobre o intervalo entre o lançamento de "Caramel", em 2013, e o recente "Jassbusters", do ano passado.

Com voz baixa e ritmo calmo, como a música que o caracteriza, o neozelandês contou à Lusa que chegou ao país há dois dias e aproveitou a folga de quinta-feira para passear pelo Porto, onde conheceu várias pessoas que o levaram a jantar e a beber o vinho da cidade, confessando que podia morar no país.

Antes de entrar em palco pela primeira vez, no festival, tinha dito que não gostava de 'setlists' definidas antes do concerto, preferindo "sentir e ir com a onda do público", algo que se verificou logo que o músico tocou os primeiros acordes na guitarra, numa 'performance' animada, interativa e com momentos improvisados.

Sobre o mais recente álbum, o músico explicou ainda que era conceptual e deveria ter saído juntamente com o filme "Botsyn 'n Dobsyn", um trabalho de cinco partes que está a tentar colocar nas televisões, sendo que Jassbusters era o nome de uma banda composta por professores, presentes nessa película.

"Fui pressionado pela minha editora, que estava impaciente. Toda a ideia era que fosse um álbum conceptual e não faz sentido sem ver a série. Mas depois pensei, e não queria ser mais incomodado com isso, o álbum estava bom a sós, mas faria mais sentido se tivesse saído com a série", revelou, acrescentando que foi apenas um desacordo com a empresa.

Disse ainda que há um novo trabalho pronto para ser lançado ainda este ano, em modo "Jassbusters", com a colaboração do pai, Ade -- que está impaciente --, mas acrescentou que não gosta de apressar nada.

"Ele [Ade] tem uma cópia num leitor de mp3 e ouve demasiado todos os dias, então a minha mãe confiscou-o. Foi o álbum que menos esforço exigiu de nós, foi tão rápido, tudo improvisado, mas funcionou. É muito diferente do último. Tivemos ainda o John Carrol Kirby a tocar connosco", adiantou sobre o longa duração.

Depois de ter lançado "Caramel", o músico recebeu elogios de vários artistas de 'hip-hop', estando a pairar a possibilidade de uma futura colaboração que gostava de explorar, nomeando Andre 3000, dos Outkast, como exemplo de com quem gostaria de trabalhar.

"Já compus dois álbuns sozinho, o 'Forever Dolphin Love' e o 'Caramel', estava um pouco entediado de fazer isso. Agora comecei a fazer discos com outras pessoas, que é divertido e diferente, mas também... gosto da ideia de fazer outro sozinho. Vamos ver como me sinto na altura", apontou.

O músico é pai de uma menina que tem quase um ano, mas começou a digressão quando ela tinha três semanas e confessou que passar seis semanas fora "foi muito difícil, estúpido e não recomendaria a ninguém", antes de abordar o futuro como artista.

"Quero lançar tudo o que tenho e depois avançar. Vou para o Japão [onde mora] daqui a três dias, só passei uma semana no meu apartamento durante todo este ano, portanto estou ansioso por isso", finalizou.

Connan Mockassin atuou na sexta-feira pelas 22:10, no palco secundário, num dia que teve ainda concertos de Father John Misty, Spiritualized, Black Midi, Deerhunter, entre outros.

A 27.ª edição do festival Paredes de Coura termina hoje com nomes como Suede, Patti Smith, Freddie Gibbs e Madlib ou Kamaal Williams, assim como os portugueses Sensible Soccers, Ganso e Time for T.

AXYG // MAG

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