Identificados 28 pescadores afetados por parque eólico ao largo de Viana do Castelo

Identificados 28 pescadores afetados por parque eólico ao largo de Viana do Castelo
| Norte
Porto Canal com Lusa

O secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, disse hoje terem sido "identificadas" 28 embarcações de pesca local, "diretamente", afetadas pela instalação de um parque eólico flutuante ao largo de Viana do Castelo.

Em causa está o Windfloat Atlantic (WFA), um projeto de uma central eólica 'offshore' (no mar), em Viana do Castelo, orçado em 125 milhões de euros, coordenado pela EDP, através da EDP Renováveis, e que integra o parceiro tecnológico Principle Power, a Repsol, a capital de risco Portugal Ventures e a metalúrgica A. Silva Matos.

José Apolinário, que falava no final de uma reunião realizada na Câmara de Viana do Castelo, adiantou que "a EDP Renováveis disponibilizou uma verba de 200 mil euros" destinada a compensar essas embarcações.

O governante disse que irão agora “ser trabalhados os critérios de atribuição da compensação", sem estabelecer prazos.

Aquelas embarcações reclamam a atribuição de uma compensação pelos prejuízos causados pela interdição da pesca na envolvente (0,5 quilómetros de cada lado) do cabo submarino, com cerca de 17 quilómetros de extensão, que vai ligar o parque eólico flutuante à rede, instalada em Viana do Castelo.

José Apolinário disse que da reunião de hoje "resultou um consenso de que há 28 embarcações de pesca local na zona do cabo que são diretamente mais prejudicadas", adiantando não ter sido alcançado um consenso quanto às embarcações indiretamente são afetadas", sendo que para estas últimas, foram "defendidas medidas de apoio às comunidades".

"Estamos a trabalhar, com a EDP Renováveis e a Rede Elétrica Nacional (REN), para que haja uma compensação financeira e, por outro, haja a possibilidade de gerir as atividades das diferentes comunidades que confluem para esta zona, não é só de Viana do Castelo, como de Castelo de Neiva, Esposende e, numa influência mais colateral, de Vila Praia de Âncora e Caminha".

Para as embarcações de pesca costeira, a Windplus, titular da Utilização do Espaço Marítimo Nacional, negociou uma compensação 16 armadores potencialmente afetados pela instalação do parque.

O porta-voz dos profissionais das 28 embarcações de pesca local agora identificadas, o advogado Pedro Meira, realçou o compromisso do secretário de Estado das Pescas, em parceria com colega da Energia de fazer um reforço da verba dentro das limitações da empresa privada", responsável pelo projeto eólico.

Relativamente a eventuais medidas de força que chegaram a ser avançadas, como o boicote à procissão ao mar, durante a Romaria d'Agonia, Pedro Meira esclareceu que por parte dos profissionais de pesca que representa essa posição passaria por não participar naquele número e não boicotar o evento religioso, mas que nesta altura essa possibilidade não se coloca por se estar a aguardar pelos resultados da via do diálogo.

Também o diretor da associação VianaPesca, João Pacheco, disse que a reunião de hoje foi "proveitosa" e garantiu que a procissão ao mar e ao rio realizar-se" com a participação de "todos os pescadores".

"Os vianenses podem estar descansados. Os andores vão sair na procissão", reforçou.

O presidente da Associação de Pesca Profissional de Pescadores do rio Minho e Mar, Augusto Porto, salientou que o secretário de Estado "percebeu que todas as comunidades são direta e indiretamente afetadas e devem ser chamadas e tidas em conta nas negociações".

O responsável disse representar "49 pescadores, 25 são de Caminha e Vila Praia de Âncora e os restantes 24 de Castelo de Neiva e alguns de Viana do Castelo".

"Não temos qualquer valor previsto, queremos é ser chamados e sentirmo-nos socialmente compensados", especificou Augusto Porto, acrescentando que "nunca esteve em causa o boicote à procissão a mar, durante as festas d'Agonia, mas que alguns barcos poderão não participar por os pescadores se sentirem indignados".

O presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, que promoveu os quatro encontros já realizados sobre os impactos do projeto eólico flutuante, que hoje se prolongou por mais de duas horas e meia e que, em alguns momentos, foi "muito vivo", disse estar convencido que as "diligências" do secretário de Estado vão permitir chegar a um "valor adequado" para compensar as comunidades piscatórias.

"Partimos alguma pedra, tivemos discussões mais acaloradas, mas saio daqui muito satisfeito", disse.

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