Misericórdia de Viana revela "pequeno tesouro" após restauro de 11.000 euros

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Porto Canal / Agências

Viana do Castelo, 13 jun (Lusa) - A Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo vai revelar dentro de um mês uma pintura barroca sobre a "Última Ceia" com 300 anos, recuperada por especialistas nas últimas semanas, anunciou hoje o provedor da instituição.

"Era de facto um pequeno tesouro que estava escondido. A tela estava muito degradada, sofreu recuperações muito mal feitas e até foi necessário fazer um novo suporte, em linho, para que possa agora aparecer em todo o seu esplendor", explicou à agência Lusa Vitorino Reis.

Pintada "por volta de 1720" pelo artista António Oliveira Bernardes, a obra estava colocada sobre a tela da boca da tribuna do retábulo-mor da Igreja da Misericórdia, considerada um dos principais exemplares do Barroco nacional, ela própria alvo de um restauro que levou dois anos a concluir.

Segundo o provedor da instituição, o restauro desta pintura, com cerca de 20 metros quadrados, vai custar 11.000 euros e será financiada pela doação de uma instituição bancária local.

"É uma obra de grande qualidade. Uma vez que a pintura se desenvolve verticalmente, o pintor compôs a cena numa mesa redonda, estando repleta de desafios visuais e jogos de luz, o que atesta a enorme qualidade desta pintura barroca", explicou Vitorino Reis.

Os trabalhos de restauro, realizados durante três meses, deverão estar concluídos até 12 de julho, data para a qual a Misericórdia programou várias iniciativas. Nesse dia, a pintura será "recolocada no retábulo-mor da igreja, o seu lugar original, onde poderá ser admirada", apontou.

"Antes era muito difícil de ver o que lá estava, tendo em conta a situação de degradação em que se encontrava", admitiu Vitorino Reis. Garantiu ainda que a Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo "não esmorece na sua determinação de continuar a conservar o magnífico património artístico e histórico de que é detentora", o qual pretende "devolver ao usufruto dos vianenses".

A igreja daquela Misericórdia voltou a receber, em março, cerimónias religiosas, dois anos depois de encerrada por problemas estruturais. Desde dezembro de 2010 que aquela igreja, cuja construção foi concluída em 1721, estava encerrada devido ao perigo de derrocada da cúpula principal, que se encontrava fraturada.

A obra de reabilitação foi iniciada em junho de 2011 e incidiu, além do reforço da estrutura, ao nível dos históricos azulejos existentes no interior, na consolidação estrutural da capela-mor e do arco cruzeiro e na recuperação da pintura do teto.

Os azulejos, que ilustram as 14 obras de Misericórdia, são uma das relíquias da igreja e foram pintados pelo mestre da azulejaria setecentista Policarpo de Oliveira Bernardes, precisamente filho do autor da pintura da "Última Ceia", também será restaurada pela instituição.

Aquele templo, classificado como Património Nacional, ganhou ainda uma sala dedicada à Arte Sacra, integrando "parte significativa do acervo artístico da Misericórdia, com magnificas imagens e pinturas".

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Lusa/fim

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