Acordo sobre orçamento para zona euro deixa em aberto questões-chave

| Economia
Porto Canal com Lusa

Luxemburgo, 14 jun 2019 (Lusa) -- O compromisso em torno das "características principais" de um instrumento orçamental para a competitividade e convergência na zona euro, alcançado hoje de madrugada no Luxemburgo, deixa ainda em aberto questões fundamentais, tais como a sua dimensão e financiamento.

Numa conferência de imprensa para apresentar os resultados da 'maratona' negocial, o presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, e o comissário europeu dos Assuntos Económico, Pierre Moscovici, reconheceram que "ainda é necessário mais trabalho", embora saudando o que classificaram como "pequenos passos", que não devem ser subestimados, mas mais pela sua "importância simbólica".

A reunião sobre o aprofundamento da União Económica e Monetária prolongou-se por cerca de 15 horas, terminando perto das 05:30 locais (04:30 de Lisboa).

Apontando que os ministros das Finanças europeus estabeleceram "de forma muito clara uma série de princípios que orientará o instrumento orçamental", Centeno admitiu que "é necessário mais trabalho em algumas questões", como o envelope financeiro deste orçamento e o seu financiamento, a ser discutido no quadro das discussões sobre o orçamento plurianual da UE, no segundo semestre do ano.

"Quando falamos de um orçamento, o tamanho importa, e isso vai ser decidido pelos líderes mais no final do ano. Há trabalho pela frente na questão da dimensão do envelope financeiro deste instrumento. As fontes de financiamento também exigem mais trabalho", declarou Centeno, sustentando que, ainda assim, o compromisso é "um passo em frente".

Por seu lado, o comissário Moscovici admitiu igualmente que "ainda há muito terreno para cobrir", pois "ficaram em aberto muitos aspetos, designadamente o financiamento", mas garantiu que, no contexto atual, "é o melhor compromisso possível", sublinhando que é necessário ter em mente que "vários ministros de vários países antes eram liminarmente contra o simples princípio de um orçamento próprio para a zona euro".

"Não vamos subestimar a importância simbólica deste passo, embora o trabalho ainda não esteja fechado", afirmou.

Ambos reconheceram contudo que não foram feitos quaisquer progressos noutra questão considerada fundamental para completar a União Económica e Monetária, o sistema europeu de garantia de depósitos, tendo Moscovici admitido mesmo que ficou "muito desapontado".

Em dezembro de 2018, Mário Centeno recebeu um mandato dos chefes de Estado e de Governo da zona euro para trabalhar numa proposta de uma capacidade orçamental própria para a competitividade e convergência na zona euro, que irá então apresentar na cimeira da próxima semana (21 de junho), mas com muitas questões ainda em aberto.

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