Perdas das empresas portuguesas por incobráveis atingem quase 6.000 ME - estudo
Porto Canal / Agências
Lisboa, 15 mai (Lusa) -- As perdas resultantes de faturas que nunca foram pagas às empresas portuguesas subiram para 3,9% este ano, aproximando-se de 6 mil milhões de euros, revela hoje um estudo da Intrum Justitia.
O Índice de Risco de Pagamentos Europeus de 2013, elaborado anualmente pela consultora sueca Intrum Justitia, que inquiriu 10.000 diretores financeiros e presidentes executivos de empresas de 31 países europeus no primeiro trimestre deste ano, permitiu saber que "as perdas por incobráveis aumentaram de 3,6% em 2012 para 3,9% em 2013, atingindo quase 6 mil milhões de euros".
Dos 31 países analisados, Portugal está nas últimas posições em termos de risco de pagamento mais elevado, tendo apenas atrás a Croácia e a Grécia.
A média europeia de incobráveis situou-se nos 3%, valor que corresponde a 350 mil milhões de euros, segundo estudo.
Apenas quatro dos 31 países analisados (Dinamarca, Filândia, Islândia e Suécia), registaram uma diminuição dos valores incobráveis, sendo todos eles nórdicos, frisa o estudo que reúne informação sobre empresas e faz a análise estatística dos padrões de pagamento e crédito.
A Alemanha não revela uma subida das dívidas incobráveis, mas "deixa transparecer, a breve prazo, um aumento do risco de pagamento entre empresas", adverte o documento.
No Reino Unido, a percentagem de incobráveis continua a aumentar para um "nível elevado", enquanto na França a perspetiva de um aumento do risco de pagamento no futuro "continua a ser alto", sinaliza.
Na Grécia, o índice de risco (cujo máximo é 200 pontos) atingiu os 195 pontos, ao contrário da Finlândia que tem o nível de risco mais baixo do conjunto dos países (125 pontos).
O diretor geral da Intrum Justitia Portugal, Luís Salvaterra, destacou que "a dependência da Europa face à Alemanha é mais evidente do que nunca", logo o "forte aumento do risco nas empresas alemãs é alarmante e devia ser suficiente para alertar os políticos europeus", frisou.
Cerca de 82% das empresas portuguesas temem um impacto negativo na sua liquidez, 74% espera uma redução dos lucros e 66% dizem que não podem crescer.
Além disso, as empresas nacionais referiram também que os problemas de liquidez são a causa dos atrasos nos pagamentos e 79% referem que estão na base da recessão da economia.
A confiança das empresas no setor financeiro para saírem da atual crise também não é a melhor, pelo que 85% responderam "não confiar na capacidade dos bancos para as apoiarem no seu desenvolvimento", concluiu o estudo.
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