Eurogrupo sem pressa em debater saída de Portugal do programa e satisfeito com reacção mercados

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Porto Canal / Agências

Bruxelas, 24 jan (Lusa) -- Os ministros das Finanças da zona euro ainda não abordarão a saída de Portugal do programa de assistência na reunião da próxima segunda-feira, assistindo, para já, com satisfação às reações dos mercados, indicou hoje um alto responsável do Eurogrupo.

De acordo com o responsável do Eurogrupo, o sentimento do mercado relativamente a Portugal "tem melhorado não só semana após semana, mas também dia após dia", e constitui "uma prova de que a estratégia do Governo português está a ser validada pelos investidores internacionais", o que "é bom", a alguns meses da data prevista para a conclusão do programa de ajustamento, sobre a qual há ainda tempo para definir uma estratégia.

Perspetivando o encontro da próxima segunda-feira em Bruxelas, a primeira reunião do Eurogrupo em 2014, o mesmo responsável indicou que, relativamente a Portugal, haverá uma análise das principais conclusões da revisão do programa concluída em dezembro, segundo a qual este continua "no bom caminho", e uma exposição da ministra Maria Luís Albuquerque sobre as medidas compensatórias encontradas pelo Governo como resposta ao chumbo do Tribunal Constitucional à convergência de pensões.

A aprovação formal da décima revisão do programa, acrescentou, só terá lugar na reunião de fevereiro do Eurogrupo -- "não porque haja questões em aberto", sublinhou, mas porque só então a documentação final estará pronta -, pelo que o próximo desembolso terá então lugar no final do próximo mês.

Questionado sobre o facto de a estratégia de saída do programa não ser para já discutida, apesar de constar como "assunto possível" no programa de trabalho provisório do Eurogrupo para o primeiro semestre de 2014, divulgado em dezembro passado, o responsável do fórum de ministros da zona euro explicou que tal era meramente indicativo, e significava somente que, "algures durante o primeiro semestre" a questão terá de ser discutida.

"Não haverá absolutamente nenhuma discussão agora em janeiro e creio que em fevereiro também é demasiado cedo para essa discussão. O sentimento de mercado relativamente a Portugal é muito, muito, muito positivo e, embora possamos sempre questionar o sentimento de mercado, acho que é uma prova de que a estratégia do Governo português está a ser validada pelos investidores internacionais, que há um ano se focavam muito mais na Irlanda e noutros países, mas não em Portugal. Isso mudou, e isso é bom", enfatizou.

Em termos gerais, o mesmo responsável disse esperar uma reunião curta e pacífica na segunda-feira, considerando que tal reflete o que muito mudou ao longo dos últimos meses, apontando que o encontro de segunda-feira ocorre já num contexto em que os países sob assistência já saíram ou estão a concluir os respetivos programas de assistência.

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