BE quer comissão de inquérito a apurar "toda a verdade"
Porto Canal / Agências
Lisboa, 23 jan (Lusa) - O Bloco de Esquerda (BE) disse hoje esperar que a comissão de inquérito à gestão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) recolha "toda a verdade" sobre a matéria com "total independência de ação".
"Queremos ver toda a verdade esclarecida em torno deste problema", disse a deputada bloquista Mariana Aiveca, em declarações aos jornalistas no parlamento.
Os parlamentares do Bloco, prosseguiu, atuarão com "total independência de ação" na análise a um negócio que, dizem, representa uma "gestão danosa para o país e a região de Viana do Castelo".
O PCP formalizou hoje o pedido potestativo, com as necessárias assinaturas de deputados do PS, para instaurar uma comissão de inquérito à gestão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) e garantiu não excluir responsabilidades de anteriores governos.
O PSD acusou anteriormente PCP e PS de efetuarem uma "negociata" para deixar de fora os Governos de José Sócrates do inquérito para obter o acordo de 22 socialistas, necessários para o sucesso do pedido, que requer um quinto dos deputados eleitos (46).
Entre os parlamentares "rosa" que constam do rol das assinaturas encontram-se Carlos Zorrinho, Miguel Laranjeiro, Rui Paulo Figueiredo, Pita Ameixa, Nuno Sá, mas António Filipe referiu que a iniciativa angariou mais do que as 22 regimentais.
Segundo o texto, a referida comissão parlamentar, que terá a duração de 120 dias, deverá "indagar", nomeadamente "as circunstâncias e os termos" da decisão do Governo, que envolve o despedimento dos 609 trabalhadores.
As "circunstâncias que levaram ao protelamento, cancelamento ou perda de encomendas e as respetivas consequências no agravamento da situação da empresa", bem como o "modo como o Governo" tem acompanhado a investigação da Comissão Europeia às ajudas públicas atribuídas aos ENVC também são abrangidas.
A concretização desta Comissão Parlamentar de Inquérito foi possível com o acordo entre PCP e as dezenas de deputados do PS, que se juntaram aos oito bloquistas e dois ecologistas.
O contrato de subconcessão dos terrenos e infraestruturas dos ENVC até 2031 foi assinado a 10 de janeiro e a nova empresa West Sea, criada pelo grupo Martifer, pagará ao Estado uma renda anual de 415 mil euros.
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