Empresários do Tâmega e Sousa querem repetir em Moçambique o sucesso de Angola

| Economia
Porto Canal / Agências

Redação, 07 jun (Lusa) - Os empresários do Tâmega e Sousa que no domingo iniciam uma deslocação a Moçambique acreditam que o mercado daquele país africano poderá complementar o crescimento que se verifica nas exportações para Angola.

Para o presidente da Associação da Associação Empresarial de Paços de Ferreira (AEPF), Hélder Moura, o mercado moçambicano, apesar de mais pequeno do que o angolano, representa "uma grande oportunidade".

"Queremos ser dos primeiros a investir e ter uma presença forte em Moçambique, porque acreditamos que o país vai crescer muitos nos próximos anos", afirmou em declarações à Lusa.

Hélder Moura recordou o exemplo de Angola, país que já é o terceiro maior importador de mobiliário português, representando cerca de 18% das vendas, e onde já têm atividade várias empresas com sede no Vale do Sousa.

Para o dirigente, o processo de crescimento de Angola, que atribui à estabilidade política, pode replicar-se em Moçambique, cujo processo de desenvolvimento está mais atrasado.

"Se formos dos primeiros a chegar lá, estaremos mais bem posicionados para ter uma posição forte", insistiu.

Durante vários dias, 13 empresários do Tâmega e Sousa, de vários setores de atividade, vão participar em reuniões com entidades oficiais moçambicanas e agentes ligados à economia, nas cidade de Maputo e da Beira.

"Queremos recolher o máximo de informação sobre o que fazer para investir lá e procurar perceber a fiscalidade do país", explicou Hélder Moura.

O programa da missão empresarial prevê que os empresários de cada um dos setores se reúnam com congéneres moçambicanos.

O objetivo da missão é procurar novos clientes dos produtos fabricados no Tâmega e Sousa e encontrar possibilidades de investimento naquele país africano de língua oficial portuguesa.

Ao mesmo tempo, nesta missão empresarial serão dados mais alguns passos para se concretizar o projeto de criação de um centro de formação em Moçambique, ideia que foi aprofundada aquando da recente visita ao Tâmega e Sousa do responsável moçambicano pelo investimento.

Segundo Hélder Moura, o centro de formação será um passo decisivo para as empresas portuguesas poderem investir em Moçambique, correspondendo ao repto oficial lançado pelo Governo de Maputo.

"Para investirmos lá, precisamos de mão-de-obra qualificada que possa trabalhar nas nossas empresas", observou o dirigente.

Os setores da construção civil, mobiliário e têxtil, com forte presença no Tâmega e Sousa, poderão estar na primeira linha de futuros investimentos em Moçambique.

Os empresários acreditam que uma aposta naquele país poderá abrir horizontes de exportação para a África do Sul e outras zonas do globo, incluindo a América Latina, beneficiando da menor carga fiscal definida pelo governo de Maputo.

Quase 70% das indústrias de mobiliário portuguesas situam-se nos concelhos de Paços de Ferreira e Paredes.

O setor exporta anualmente mais de 1.000 milhões de euros de mobiliário, 180 milhões dos quais para Angola.

Nos anos 90 do século passado, a exportação representava cerca de 10% da produção nacional. Em 2007, esse valor subia para 27%, sendo, atualmente, superior a 70%.

APM // APN

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