Atribuição de prémio de jornalismo a Hugo Chávez gera polémica na Venezuela

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Porto Canal / Agências

Caracas, 07 jun (Lusa) - A atribuição do Prémio Nacional de Jornalismo ao falecido presidente venezuelano Hugo Chávez está a gerar polémica, com o grémio de jornalistas da Venezuela a questionar a distinção feita a alguém que não foi profissional da comunicação social.

O prémio será entregue aos familiares de Hugo Chávez a 27 de junho, Dia Nacional do Jornalista na Venezuela, e foi concedido ao falecido chefe de Estado, segundo a Fundação Prémio Nacional de Jornalismo, pelo "seu papel contra a mentira e a manipulação mediática" e pelo "impulso que deu aos meios públicos e populares do país, durante a sua gestão de governo".

Entre as vozes discordantes está a do Colégio Nacional de Jornalistas (CNP), que é responsável pela atribuição da carteira profissional na Venezuela, que emitiu um comunicado, condenando a atribuição do prémio por "contradizer de maneira explícita os preceitos contidos na Lei de Exercício do Jornalismo", que estabelece que os reconhecimentos devem ser outorgados a profissionais da comunicação social inscritos naquele organismo.

"Condenamos que o galardão extraordinário do Prémio Nacional de Jornalismo Simón Bolívar 2013 seja outorgado ao falecido presidente Hugo Chávez, que foi responsável pelo encerramento de inúmeros meios de comunicação durante a sua gestão governamental (Rádio Caracas Televisão e 33 emissoras de rádio), deixando sem trabalho dezenas de colegas", explica um comunicado do CNP.

Segundo aquele organismo, "em mais de uma ocasião o defunto chefe de Estado submeteu ao escárnio público jornalistas que, cumprindo o dever de informar de maneira oportuna e verdadeira, formularam perguntas incómodas ao mandatário".

O Prémio Nacional de Jornalismo é entregue anualmente há 50 anos.

A polémica atribuição do prémio foi anunciada depois de opositores do governo venezuelano questionarem a venda da estação privada de televisão Globovisión a um grupo de empresários tidos como afetos ao regime chavista, iniciando uma mudança da linha editorial.

O anúncio surgiu também poucos dias depois de um grupo bancário comprar o consórcio Cadena Capriles, proprietário de vários jornais e revistas, entre eles o diário de maior tiragem do país, Últimas Notícias, que às quintas-feiras publica um espaço dedicado a Portugal e à comunidade portuguesa radicada no país.

A oposição acusa o governo de comprar órgãos de comunicação social para implementar uma linha de pensamento único no país.

FPG // PNE.

Lusa/Fim

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