Cerca de 60 pessoas marcham no Porto contra violência doméstica

| Norte
Porto Canal / Agências

Porto, 23 nov (Lusa) - Cerca de 60 pessoas partiram hoje das escadarias do Palácio da Justiça, no Porto, até à Avenida dos Aliados, em marcha de protesto contra o aumento dos casos denunciados de violência doméstica.

A manifestação, promovida pela Associação Democrática de Defesa dos Interesses e da Igualdade das Mulheres (ADDIM), pretendeu chamar a atenção para a impunidade ainda comum neste crime público que, só em 2013, já terá resultado na morte de 32 mulheres, segundo Carla Branco, presidente da ADDIM.

"Desde 2004 já morreram 317 mulheres, neste contexto de violência doméstica", avançou à Lusa Carla Branco, que alerta ainda para o estigma em denunciar ou apresentar queixa deste crime que abrange ainda a violência contra idosos, crianças, homens e mulheres, independentemente da orientação sexual do casal, sendo que "em 85% dos casos, a vítima é do sexo feminino".

A marcha foi feita a propósito do dia Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres, assinalado a 25 de novembro e "designado pela Assembleia Geral das Nações Unidas para sensibilizar a opinião pública e a sociedade em geral para este fenómeno extremamente complexo", explicou Carla Branco.

Para a presidente da ADDIM, este tipo de iniciativas são "extremamente importantes, porque este é um crime público desde [o ano] 2000, o que faz com que a sociedade tenha aqui também um peso importante", na medida em que não deveria ser "apenas a vítima a denunciar estas situações, mas a própria sociedade a envolver-se", ao apresentar queixa.

Aos 67 anos, Gravelina Malta foi uma exceção à regra. Ao denunciar quase uma década de "abusos psicológicos e sexuais" perpetrados pelo ex-marido, está agora em processo de criar a sua própria associação, denominada Plataforma Juntos Contra a Violência, em nome da qual partiu também em protesto da praça da Batalha, para se juntar à marcha da ADDIM.

"Ele queria uma relação a três", confidenciou à agência Lusa. "Eu não consenti, passado dois anos ele bateu-me pela primeira vez e eu saí pela porta fora. O pior foi depois. Fui perseguida, ameaçada e estive em dois abrigos, um no Porto, o outro em Lisboa."

"O inferno só terminou em 2005", conclui Gravelina, um ano após ter tornado o caso público num programa de televisão e só depois de seis anos em silêncio.

A marcha pelo fim da violência doméstica promovida pela ADDIM culminou em frente à Câmara Municipal do Porto, com um cordão humano em que foram proferidas as palavras de ordem "Amor sim, violência não".

ACYS // MSF

Lusa/Fim

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