Edmundo Pedro lembra combates "sempre do mesmo lado"

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 09 jan (Lusa) - O histórico socialista Edmundo Pedro recordou hoje os combates com o amigo Mário Soares, "sempre do mesmo lado", depois de prestar homenagem ao antigo Presidente da República no Mosteiro dos Jerónimos.

"Estivemos sempre do mesmo lado, sempre do mesmo lado", disse Edmundo Pedro aos jornalistas à saída do Mosteiro dos Jerónimos, onde está em câmara ardente o corpo do antigo primeiro-ministro e Presidente da República Mário Soares, falecido no sábado.

Edmundo Pedro recordou em particular "o combate" travado em conjunto "a seguir ao 25 de Abril, no chamado PREC [Processo Revolucionário em Curso]": "Estivemos sempre ao lado um do outro", repetiu.

Para Edmundo Pedro aquilo que definiu Mário Soares foi "a luta pela liberdade, pela democracia".

Antes, o cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, deslocou-se aos Jerónimos, sem querer prestar declarações. Personalidades da Igreja Católica, como o padre Vítor Melícias e Feytor Pinto prestaram também homenagem.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, chegou pelas 15:00, entrando pela porta da Igreja do Mosteiro, por onde entraram também figuras socialistas como Jorge Lacão.

Ao longo da tarde os ex-coordenadores bloquistas Francisco Louçã e João Semedo estiveram nos Jerónimos, chegando e partindo na fila que todos os cidadãos percorrem para prestar homenagem, acompanhados por José Manuel Pureza, dirigente do BE e vice-presidente da Assembleia da República.

Louçã não se quis alongar em declarações aos jornalistas, dizendo apenas que se veio despedir e que tal dispensa mais palavras.

Depois, a atual coordenadora do Bloco Catarina Martins esteve também a prestar homenagem ao antigo Chefe de Estado, reiterando algumas das ideias que já tinha deixado na mensagem oficial que deixou no sábado, numa declaração na sede do partido.

"Muitas vezes em luta com a esquerda, outras em conflito, teve com certeza uma vida longa, com certeza recordada pelo país como importante, como um marco da história do século XX, como um marco da democracia portuguesa, e seguramente também recordado pelo BE das vezes em que estivemos juntos contra Guerra no Iraque, ou contra a 'troika'", afirmou.

Também estiveram nos Jerónimos os sociais-democratas Teresa Patrício Gouveia e José Eduardo Martins, assim como o ex-ministro socialista e antigo presidente do Tribunal de Contas Guilherme D'Oliveira Martins.

Figuras da cultura e da comunicação, como o realizador António Pedro Vasconcelos e o apresentador de televisão Eládio Clímaco passaram também pelo local onde o antigo chefe de Estado português está em câmara ardente.

Mário Soares morreu no sábado, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa.

O Governo português decretou três dias de luto nacional, até quarta-feira.

O corpo do antigo Presidente da República vai estar em câmara ardente no Mosteiro dos Jerónimos até à meia-noite de hoje, e entre as 08:00 e as 11:00 de terça-feira.

O funeral realiza-se pelas 15:30 de terça-feira, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.

Nascido em 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares, advogado, combateu a ditadura do Estado Novo e foi fundador e primeiro líder do PS.

Após a revolução do 25 de Abril de 1974, regressou do exílio em França e foi ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, tendo pedido a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e assinado o respetivo tratado, em 1985.

Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.

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