Mário Soares: Fundação Vieira da Silva lamenta morte do presidente de patronos

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 09 jan (Lusa) - A Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva (FASVS) lamentou hoje a morte de Mário Soares, recordando que o estadista foi presidente honorário do conselho de patronos da entidade, desde o início, em 1988.

"É com enorme pesar que nos associamos à família e colaboradores do Dr. Mário Soares, que esteve na génese da Fundação e que tinha com Vieira da Silva uma forte ligação pessoal", salienta, numa nota de imprensa, a diretora da FASVS, Marina Bairrão Ruivo.

Mário Soares morreu no sábado, em Lisboa, e o Governo decretou três dias de luto nacional, entre hoje e quarta-feira.

"A ele, que foi presidente do conselho de patronos desde o início, se deve o projeto e a concretização da FASVS", vinca ainda a diretora.

A pintora Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992), após a morte do marido, também artista, Arpad Szenes, em 1985, quis criar um Centro de Estudos dedicado à obra de ambos, na sua casa, no Jardim das Amoreiras.

"Pelas suas características e dimensão, a casa não permitia instalar condignamente o Centro ou apresentar obras dos pintores", recorda Marina Bairrão Ruivo, acrescentando que Guy Weelen, historiador e assistente dos artistas, e José Sommer Ribeiro, primeiro diretor da Fundação, assumiram o projeto de criação de um museu dedicado aos artistas.

A ideia de um Museu Arpad Szenes -- Vieira da Silva foi esboçada por Rui Machete, presidente da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, retomada por Luís dos Santos Ferro, que a desenvolveu com o diretor dessa Fundação Bernardino Gomes, que, depois de a ter discutido com Rui Machete, a apresentou a Mário Soares, então Presidente da República Portuguesa, recorda.

Mário Soares acolheu-a "com tanto mais entusiasmo quanto, para além da amizade que tinha por Maria Helena Vieira da Silva".

Com o apoio do Presidente da República Mário Soares e do primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva, teve início em 1988 o projeto de criação da Fundação a que se associaram várias instituições: a Câmara Municipal de Lisboa, que cedeu o espaço da antiga Fábrica de Tecidos de Seda, escolhido por Vieira da Silva; a Fundação Calouste Gulbenkian, que custeou as obras de adaptação do edifício a museu e centro de documentação e pesquisa; a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, que equipou o edifício, e a Fundação Cidade de Lisboa.

O museu abriu ao público a 04 de novembro de 1994, dedicado à divulgação e ao estudo da obra dos dois artistas, e apresenta também exposições com obras de artistas, intelectuais e amigos, nacionais ou estrangeiros, seus contemporâneos.

O corpo do antigo Presidente da República vai estar em câmara ardente no Mosteiro dos Jerónimos, a partir das 13:00 de hoje.

O funeral de Estado, o primeiro desde o 25 de Abril, realiza-se a partir das 15:30 de terça-feira, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, e contará com as presenças dos Presidentes do Brasil e de Cabo Verde, além de outras personalidades internacionais, como o presidente do Parlamento Europeu e do ex-presidente do Governo espanhol e ex-líder do PSOE Felipe Gonzalez.

Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares, advogado, combateu a ditadura do Estado Novo e foi fundador e primeiro líder do PS.

Após a revolução do 25 de Abril de 1974, regressou do exílio em França e foi ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, tendo pedido a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e assinado o respetivo tratado, em 1985.

Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.

AG // MAG

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