"Foi a maior figura da democracia portuguesa" - Marques Mendes

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 07 jan (Lusa) - O ex-líder do PSD Luís Marques Mendes, considerou hoje que Mário Soares "foi a maior figura da democracia portuguesa, enaltecendo "a coragem política, a visão e o sentido estratégico e a enorme intuição" do antigo Presidente da República.

Em declarações à agência Lusa, Marques Mendes falou das "qualidades políticas de Mário Soares", que hoje morreu aos 92 anos em Lisboa, qualidades "absolutamente marcantes num político" que fizeram do antigo chefe de Estado "um político absolutamente decisivo".

"Do meu ponto de vista, o doutor Mário Soares foi a maior figura da democracia portuguesa pelas suas qualidades políticas que ele evidenciou e que do meu ponto de vista são sobretudo a coragem política, a visão e o sentido estratégico e a sua enorme intuição", disse.

Para o antigo líder do PSD, Mário Soares "foi a maior figura da democracia portuguesa especialmente pela influência que teve nas principais fases quer da construção quer da implementação" do regime democrático português.

A primeira destas "três fases capitais" foi antes do 25 de abril, na luta de Mário Soares "pela liberdade, quer quando foi preso - e esteve 13 vezes preso - quer quando foi exilado quer quando esteve deportado".

"Segunda fase igualmente marcante já depois do 25 de abril, em 1975, o combate ao PREC e ao totalitarismo de esquerda que se pretendia implantar em Portugal. É marcante o célebre debate com Álvaro Cunhal que é um dos momentos raros da nossa democracia", recordou.

O comentador político destaca ainda "a influência decisiva que teve na integração europeia" já que foi Mário Soares "enquanto primeiro-ministro a pedir a adesão à CEE e foi Mário Soares, enquanto primeiro-ministro do Bloco Central a assinar o tratado de adesão".

"E finalmente o seu enorme contributo para a normalização democrática de Portugal", disse ainda.

Para esta normalização, Marques Mendes destaca dois momentos, o primeiro em "1982, em que Mário Soares fez uma revisão constitucional patriótica com [Francisco Pinto] Balsemão e com Freitas do Amaral.

"E depois enquanto Presidente da República - o primeiro Presidente da República civil - em que deu um contributo para consolidar e normalizar a nossa vida democrática", destacou.

Mário Soares morreu hoje, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internado há 26 dias, desde 13 de dezembro.

O Governo decretou três dias de luto nacional, a partir de segunda-feira.

Soares desempenhou os mais altos cargos no país e a sua vida confunde-se com a própria história da democracia portuguesa: combateu a ditadura, foi fundador do PS e Presidente da República.

Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares foi fundador e primeiro líder do PS, e ministro dos Negócios Estrangeiros após a revolução do 25 de Abril de 1974.

Primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, foi Soares a pedir a adesão à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e a assinar o respetivo tratado, em 1985. Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.

JF

Lusa/fim

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