Um ex-presidente e uma ex-diretora de serviços do Lar do Comércio, em Matosinhos, distrito do Porto, começaram na passada terça-feira a ser julgados por 67 crimes de maus-tratos, 17 dos quais agravados pelo resultado morte. O caso foi analisado por Gil Carvalho, antigo diretor da Polícia Judiciária.

O comentador do Porto Canal explica que um dos pontos relevantes no caso foi a omissão por parte dos responsáveis dos maus tratos aos idosos na instituição e que nada fizeram para alterar o sucedido.

Gil Carvalho realça também que havia um contrato entre os utentes e o lar, tendo a instituição falhado nos cuidados que foram estabelecidos por lei e que deviam ter sido prestados.

Recorde-se que a 19 de outubro de 2020, um relatório da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados (CDHOA) revelava terem sido detetados indícios de “violação grave” de direitos humanos no Lar do Comércio e o “incumprimento reiterado” de orientações recebidas em vistorias.

Naquele ano, o Lar do Comércio teve mais de 100 idosos infetados com covid-19, 24 dos quais acabaram por morrer, segundo o relatório de “averiguação sobre o surto da covid-19”, um documento de 23 páginas.