Porto, 25 out (Lusa) -- A social-democrata Matilde Alves, que na terça-feira cessou funções como vereadora da Habitação da Câmara do Porto, revelou hoje estar a equacionar candidatar-se à concelhia do PSD/Porto, para uma "mudança" que considera necessária para evitar o fim do partido.

"Acho que é meu dever contribuir ou colaborar na mudança que entendo que deve ser feita no partido, a começar no Porto, pela concelhia. Se isso não acontecer, o PSD está condenado a não vir a sobreviver durante muito tempo", afirmou à agência Lusa Matilde Alves, que assumiu a pasta da Habitação ainda no primeiro mandato de Rui Rio na Câmara do Porto.

Ricardo Almeida apresentou a 04 de outubro a demissão de líder da concelhia do PSD/Porto e Matilde Alves verificou entretanto que "uma grande parte dos militantes" ainda não assumiu "a derrota nas autárquicas no Porto" nem daí tirou "as ilações devidas relativamente ao funcionamento dos partidos".

A constatação foi feita numa reunião da concelhia realizada na semana passada, precisamente a propósito da demissão de Ricardo Almeida, que ocupava o quarto lugar da lista da candidatura liderada pelo PSD e por Luís Filipe Menezes às autárquicas e que na terça-feira tomou posse como vereador da oposição.

"Vir eventualmente a candidatar-me à concelhia do PSD/Porto está em cima da mesa. Estou a ponderar, porque considero que a concelhia do PSD, uma vez que houve a demissão do seu presidente, precisa de uma grande mudança", observou Matilde Alves em declarações à Lusa.

A possibilidade de "colaboração" é referida pela social-democrata mas, quando questionada diretamente sobre a candidatura à liderança, Matilde Alves responde sim.

"[Ser candidata à presidência da concelhia] poderá ser [uma hipótese]. Estou a ponderar ainda o que devo fazer. Mas essa é uma possibilidade, sim", notou.

Ricardo Almeida apresentou a 04 de outubro a sua demissão de líder da concelhia do PSD/Porto, face aos resultados do partido nas eleições autárquicas na cidade (a candidatura do PSD obteve 21.06% dos votos, contra os 39,25% do independente Rui Moreira e os 22,68% do candidato do PS, Manuel Pizarro.

Rui Rio, que na terça-feira deixou a Câmara do Porto ao fim de 12 anos de presidência, tem afastado a hipótese de se candidatar à liderança do partido, mas em julho admitiu à RTP que "qualquer coisa transcendente e importante para o país pode alterar por completo" a sua programação de vida "fora da política" pensada para depois das autárquicas.

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