Seguro compreende razões que motivam a greve geral
Porto Canal / Agências
Matosinhos, 31 mai (Lusa) -- O líder do PS, António José Seguro, disse hoje compreender as razões que motivam a greve geral marcada para 27 de junho e a adesão dos trabalhadores portugueses que "estão a sofrer na pele" as consequências da austeridade.
"Tenho um grande respeito pela independência do movimento sindical e portanto não me meto nas formas de luta que os sindicatos e as centrais sindicais entendem por bem realizar", começou por dizer o secretário-geral socialista, que durante a noite de hoje visitou as festas populares de Matosinhos, acompanhando o seu candidato à Câmara, António Parada.
Seguro comentava assim a greve geral que a CGTP marcou hoje para 27 de junho, contra as medidas de austeridade que têm sido impostas ao país, por eleições antecipadas e por novas políticas económicas e sociais.
"Agora, há uma coisa que eu quero dizer, eu compreendo muito as razões que motivam a luta dos trabalhadores portugueses porque eles estão a sofrer na pele muito, muito as consequências destas políticas negativas de austeridade, que nada resolvem e que conduzem o país a uma situação de empobrecimento", acrescentou.
Durante a visita, Seguro, acompanhado de uma comitiva em que se incluía o candidato à Câmara de Matosinhos e vários autarcas socialistas, cumprimentou as pessoas, comprou rifas e até se cruzou com Narciso Miranda (expulso do PS em 2010) que saudou.
No final, o líder socialista voltou a criticar o orçamento retificativo e a política de austeridade do Governo, que disse estar "completamente à deriva".
"O orçamento retificativo insere-se numa linha de austeridade que não resolve os problemas do país. Há uma coisa que é consensual em Portugal, e também na Europa, é que a política de austeridade não resolve os problemas [e] pelo contrário soma problemas aos problemas que já existem", salientou.
Seguro defendeu a necessidade de "parar com a política de austeridade" e "criar condições para negociar as condições do ajustamento e dar prioridade ao emprego e ao crescimento económico".
Questionado sobre as declarações de quinta-feira de Pedro Passos Coelho, que reconheceu que há "riscos orçamentais", mas recusa a "visão doentia" de falar já de um novo orçamento retificativo, Seguro lançou: "o que eu acho que é importante perguntar é porque é que já toda a gente fala num segundo orçamento retificativo".
"No momento em que apresenta um orçamento retificativo, já se está a falar num segundo orçamento retificativo. Porquê? Porque este Governo não gera confiança junto dos portugueses, não gera confiança junto dos empresários e ninguém acredita nos números do Governo", frisou.
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Lusa/fim