Guebuza diz que a paz em Moçambique está ameaçada e apela ao diálogo
Porto Canal
O Presidente de Moçambique, Armando Guebuza, disse hoje na província de Sofala que a paz no país está ameaçada na sequência dos confrontos entre o Exército e os rebeldes da Renamo e apelou ao diálogo.
"Moçambique está atualmente a viver momentos em que a paz está ameaçada" afirmou Guebuza durante um encontro com a população de Metuchira, província de Sofala, centro do país.
"Este período é um teste, um exame sobre se as nossas convicções querem a paz ou não. Devemos mostrar que queremos a paz. Nós não queremos ruturas. Nós queremos continuar com o desenvolvimento", afirmou o chefe de Estado de Moçambique.
"Neste momento devemos ter uma solução e essa solução está no diálogo. Devemos todos continuar a comprometer-nos com o diálogo. Se dialogarmos com convicção seremos fortes e continuaremos o desenvolvimento", acrescentou.
Moçambique vive a sua pior crise política e militar desde a assinatura do acordo de paz em 1992, após o exército moçambicano ter desalojado, na segunda-feira, o líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, principal partido da oposição), Afonso Dhlakama, da base onde se encontrava aquartelado há mais de um ano, no centro do país.
Afonso Dhlakama e o secretário-geral da Renamo, Manuel Bissopo, fugiram para local incerto, enquanto as forças de defesa e segurança moçambicanas mantêm a ocupação da residência do líder do movimento, em Sandjunjira, na província de Sofala.
Um dia depois, os antigos rebeldes da Renamo denunciaram o acordo de paz assinado com a Frelimo.